Lideranças do sul mobilizam-se contra decreto que aumentou área do Taim
2004-07-06
Lideranças de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, produtores rurais e empresários que possuem investimentos na região voltam a se mobilizar contra o decreto do governo federal que aumentou de 32 mil para 110 mil hectares a área limite da Estação Ecológica do Taim. Foram discutidas algumas estratégias para evitar que a ação governamental cause prejuízos a dezenas de famílias e impeça investimentos com a geração de empregos.
Durante a reunião realizada no CTG João de Barro, em Santa Vitória, ficou definida a elaboração de um manifesto a ser encaminhado a Brasília. O secretário estadual do Meio Ambiente, Adílson Troca, vai manter audiência com o presidente do Ibama, Marcus Luiz Barros, e com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no dia 14 deste mês. Ele se dispôs a tratar do assunto e entregar o documento àquelas autoridades. Há quem defenda ações que tenham repercussão, como o fechamento da BR-392, próximo à praça de pedágio entre Pelotas e Rio Grande. O decreto aumentando a área da Estação foi assinado no dia 5 de junho do ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os protestos são os mais diversos sobre a nova lei. Deroci Arrieche, que mora há 64 anos no Taim, cria gado e ovelha. Com o novo traçado da reserva, vai perder grande parte de sua propriedade. — Se me tirarem daqui não sei o que vou fazer, reclama. Outra preocupação é com o pagamento pela desapropriação das terras. O presidente da comissão em defesa da manutenção da área, Iorque Dias, afirma que dificilmente os proprietários receberão algum valor. — Nem os primeiros atingidos pela criação da reserva tiveram qualquer ressarcimento, observa.