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2004-07-04
O integrante do Movimento Ambientalista Circuito das Águas de Minas Gerais, Francisco Vilela, sustentou que a ONG não assinou qualquer acordo com a Nestlé e acrescentou que em todos esses anos a empresa ganhou muito dinheiro com a retirada dos sais minerais e não repassou nada para a melhoria da região. Ele ainda lembrou que Nestlé destruiu a primeira fonte construída no local. — Se a Nestlé não estivesse ilegal, por que aceitaria fechar a fábrica?, indagou Dr. Rosinha.

Atividade imprópria
Segundo o representante do Ministério Público Federal de Minas Gerais, Afrânio Nardy, a extração de sais minerais contraria o Código de Águas Minerais que prevê a preservação das águas na sua forma original. Além disso, Nardy argumenta que a Nestlé descaracteriza a produção local quando rotula a água de Pure Life. De acordo com ele, a Nestlé transforma a água da fonte, retirando alguns minerais e inserindo outros na composição da água mineral Pure Life. Ele lembra que a empresa já vendia outros produtos, como a água mineral São Lourenço e, quando começou a explorar outro poço, desrespeitou a legislação, porque não submeteu o projeto à avaliação de impacto ambiental.

Denominação imprópria
O assessor ainda ressaltou que, ao dar ao produto o nome de Pure Life, a Nestlé deixou de identificar a água como proveniente da região de São Lourenço. Nardy disse também que, de acordo com o Código de Águas Minerais, não é permitido alterar a fórmula da água, nem degradar o ambiente. — Na medida em que a empresa desmineraliza a água e fabrica uma nova água, utilizando esse bem mineral, ela está suprimindo a referência fundamental, a fonte Primavera e a cidade de São Lourenço, impedindo assim que a água possa ser comercializada tendo em vista a referência cultural e social em que ela está inserida. (Agência Câmara)

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