Pioneiro defende ensino para o crescimento do Plantio Direto
2004-07-02
Manoel Henrique Pereira, o seu Nonô, um dos pioneiros do Sistema Plantio Direto no Paraná e no Brasil, defendeu terca-feira (29/06) no primeiro dia do 9º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, em Chapecó (SC), uma maior ênfase e a conseqüente melhora na qualidade dos ensinos técnico e superior para a continuidade do sistema, que hoje atinge 20 milhões de hectares cultivados no Brasil. — Nosso País é um dos poucos que conseguiram integrar pesquisa, extensão, assistência técnica e produtor. Mas precisamos de escolas que dêem suporte para o aluno. Isso vai melhorar a qualidade do trabalho que está sendo feito no campo, afirmou.
Plantio direto melhora produtividade e previne prejuízos com estiagem
Promovido pela Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha em parceria com o governo do Estado de Santa Catarina, Epagri, Prefeitura Municipal de Chapecó e empresas como a Monsanto, o Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha (29/06) teve aproximadamente 600 pessoas inscritas nas primeiras horas. A primeira palestra, de Nonô Pereira, teve um caráter histórico e motivacional principalmente para os jovens, que, segundo ele, serão os continuadores do sistema que tem por base o não-revolvimento do solo com a formação de palhada e que foi o principal responsável por se ter dobrado a produtividade agrícola nos últimos 10 anos. — Numa estiagem como a que atingiu o Rio Grande do Sul neste ano, por exemplo, os agricultores que utilizam o plantio direto tiveram produtividades maiores, graças à retenção de água no solo proporcionada pelo sistema, comparou.
Plantio direto exige qualidade e organizacao dentro e fora das propriedades
Alem de Nonô Pereira, participaram da abertura dos trabalhos os produtores Silvio Ohse, do Clube Amigos da Terra (CAT) de Cruz Alta (RS), Francisco Sedowski, do CAT Chapecó (SC), e Lucas Aernoudts, do CAT Uberlândia (MG). Eles apresentaram os trabalhos que vem sendo feitos em suas regiões e trataram da importância da troca de experiências entre associados e conseqüente aprimoramento técnico e apoio para a solução de problemas ainda enfrentados, de acordo com o perfil da região produtora. — O plantio direto nos deu um novo rumo. Abriu os nossos olhos para a tecnologia. Nos exigiu qualidade no trabalho e organização dentro e fora da propriedade, lembrou Sedowski. — Mas temos de trabalhar para contribuirmos nas pesquisas e as colocarmos nas propriedades, completou Aernoudts. Ingbert Dowich, um dos palestrantes, do Clube do Plantio Direto do Oeste Baiano, tratou dos fatores limitantes da região e do que vem sendo feito para se produzir na palha na localidade. Segundo a Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha, e consenso entre pesquisadores, técnicos e produtores que há muito que caminhar e que o grau de conhecimento e ainda limitante para a maximização dos benefícios esperados, em especial nas pequenas propriedades, campos nativos, áreas degradadas e Cerrado. Com o despertar da opinião publica para o problema da degradação ambiental, o conceito sobre desenvolvimento, até então visto como um processo de crescimento econômico, passou a ter o conceito de desenvolvimento sustentável. Esta nova visão mostra que para ser sustentável tem de ser ecologicamente prudente, socialmente desejável e economicamente eficiente. Desta forma, um dos instrumentos importantes para garantir a sustentabilidade agropecuária e combater os problemas da degradação do ambiente e o Sistema de Plantio Direto na palha.