Casos de malária aumentam na Amazônia Legal
2004-07-01
O número de casos de malária aumentou 26% na Amazônia Legal em relação ao ano passado. A informação é de José Ladislau, coordenador-geral do Programa Nacional de Controle da Malária, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Ladislau participa da 5ª Reunião de Avaliação do PNCM - Programa Nacional de Controle de Malária, que será realizada até sexta-feira (2) no Hotel Nacional, em Brasília (DF). Segundo ele, dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, apenas Tocantins e Pará apresentaram redução de casos. Nos outros sete, o aumento variou de 7,2% a 286%. O maior índice foi registrado no Acre. O aumento, que aconteceu entre os meses de janeiro e maio, atingiu a marca de 13 mil casos. —O Acre apresentou o maior aumento de casos em virtude de uma epidemia (já controlada) que ocorreu na região de Cruzeiro do Sul. O problema maior, no entanto, se concentra no Amazonas e em Rondônia, estados que, juntamente com o Pará, apresentam 80% de todos os casos da Amazônia Legal. No Amazonas, o aumento foi de 17,4% em relação ao ano anterior, mas os aumentos vêm caindo mês a mês em toda a região da Amazônia Legal—, disse Ladislau. Ele alerta que mais da metade dos casos do Amazonas está em Manaus, em virtude também de uma epidemia que ocorre por conta de um processo migratório intenso para a zona urbana da capital. —A malária não tem vacina, mas possui tratamento eficaz para os três tipos da doença, à base de comprimidos. Temos conseguido diminuir a gravidade da doença, apesar do aumento de casos. Menos pessoas estão sendo internadas e também morrendo menos. O objetivo é expandir a rede de diagnóstico e tratamento existente—, afirmou. Segundo Ladislau, até o fim do encontro será elaborado um documento a ser entregue ao Ministério da Saúde. Um comitê de pesquisadores e cientistas, criado pelo ministério, discutirá até sexta-feira alternativas para superar os problemas enfrentados pelos estados com a malária. Além de febre alta, os sintomas da malária são dor de cabeça, calafrios e, em alguns casos, náusea, vômitos e fadiga. A doença é transmitida pelo mosquito do gênero anófeles, que possui 400 espécies. (Radiobras)