Brasil arranca na produção de painéis solares
2004-07-01
A fabricação de painéis de captação de energia solar para conversão desta energia em eletricidade e calor é uma atividade quase que inexplorada no Brasil. Não do ponto de vista da produção em si, mas da inovação tecnológica embutida nesses produtos. O design e a composição química desses painéis encerram alguns segredos industriais que implicam sua maior ou menor eficiência, bem como aplicabilidade específica. Na Alemanha, há quatro anos, o grande diferencial era o início do uso de gálio, um elemento químico que se apresentava como promissor por sua alta capacidade de captação dos raios solares. Felizmente, no Brasil, estão surgindo empresas de ponta nesta área. Uma delas é a Orbital Engenharia, de São José dos Campos (SP), que apesar de pequena tem uma vantagem: domina o ciclo completo de produção de painéis solares desde o ano passado. Por meio de financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), a Orbital conseguiu levantar fundos que a colocam como uma empresa capaz de competir com as de seu setor nos Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Rússia e China. Um dos pontos nevrálgicos da produção dos chamados painéis fotovoltaicos não são exatamente eles, mas os acessórios que precisam ser acoplados para que a energia possa ser convertida e transmitida. Pois o Brasil já consegue desenvolver equipamentos, dispositivos e ferramentas para produzir esses acessórios. Entre as primeiras aplicações dos painéis fotovoltaicos de última geração no Brasil está o setor aeroespacial, ou seja, a energia solar está sendo preparada para aproveitamento em satélites, o que se espera possa ser utilizado efetivamente a partir de 2006.