Madeira apreendida pelo Ibama desaparece na Amazônia, denuncia Greenpeace
2004-06-29
A organização ambientalista Greenpeace encaminhou ao Ministério Público Federal documentos apontando o desaparecimento de cerca de 48 mil metros cúbicos de madeira que haviam sido apreendidos pelo Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente durante a Operação Verde Para Sempre, em 2003, na região de Porto de Moz (PA). A madeira desaparecida vale pelo menos R$ 10 milhões. De acordo com o Greenpeace, a madeira ilegal apreendida havia sido deixada em pátios, na área, sob a responsabilidade dos madeireiros Elias Salame e Paulo Pombo, entre outros, nomeados fiéis depositários perante a Justiça. Em sobrevôo realizado no final de maio o Greenpeace constatou o sumiço da carga. Além de apreender a madeira extraída ilegalmente, o Ibama também havia suspendido ou cancelado todos os Planos de Manejo Florestal (PMFs) realizados pelos madeireiros na área. Entretanto, comunitários que vivem na região informaram ao Greenpeace que cerca de 6 balsas carregadas de madeira estão descendo o rio Jauruçu diariamente. Durante o sobrevôo, o Greenpeace também documentou o transporte de tratores e máquinas sendo levados de balsa para a área de extração ilegal. O Greenpeace também apurou que os madeireiros infratores não pagaram as multas aplicadas pelo Ibama no ano passado. Durante a Operação Verde Para Sempre, o Ibama gastou cerca de R$ 400 mil e utilizou um efetivo de 70 pessoas entre técnicos, policiais federais, policiais militares e soldados do Exército. Os cerca de 15 mil moradores da área estão pleiteando a sua transformação em reserva extrativista. O Greenpeace e uma rede de organizações não governamentais apoiam a criação da reserva como uma forma de conter a devastação em uma das regiões mais ameaçadas do Pará. O Governo Federal se comprometeu a criar a reserva este ano, mas está aguardando o posicionamento do Estado do Pará. (Informações Greenpeace)