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2004-06-24
A meta principal do LBA é estudar as interações entre a floresta amazônica e as condições atmosféricas e climáticas em escala regional e mundial, para explicar como funciona a Amazônia como uma biosfera regional, como as mudanças nos usos da terra afetam o clima regional e global, e como as mudanças climáticas influem no funcionamento biológico, químico e físico da floresta e sua sustentabilidade. Para isso está sendo realizado um inédito esforço de pesquisa e um grande aporte de equipamentos (como as grandes torres sensoras espalhadas pela Amazônia que servem para coletar dados para o projeto, além dos obtidos em campo, e por sensoriamento remoto via satélites, aviões etc).

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, vinculado ao MCT, responde pela coordenação científica do projeto, o que inclui organizar o trabalho de 288 instituições parceiras. Apesar do grande interesse internacional que o LBA naturalmente desperta, já que as alterações na floresta amazônica têm potencial para modificar o clima mundial, o grande beneficiado desse estratégico projeto é o Brasil.

Comunidade científica

Ao final do LBA, em 2006, a Amazônia contará com, pelo menos, 390 mestres e doutores especializados na temática da interação biosfera-atmosfera (nunca um programa científico brasileiro formou tantos especialistas na mesma área de estudos), terá aperfeiçoado um respeitável contingente de cientistas (não só entre jovens iniciantes, mas também entre os líderes de pesquisa), melhorado a pesquisa da região e subsidiado as políticas públicas de manejo da floresta. Em resumo, por meio do LBA ocorre um processo de crescimento e amadurecimento da comunidade científica brasileira.

Outro ponto importante é que os dados do projeto permanecem no país, que controla minuciosamente suas atividades desde o início (até mesmo para ir a campo os pesquisadores estrangeiros são, por acordo, necessariamente acompanhados por cientistas brasileiros). A análise desses dados trará ainda novas informações sobre a Amazônia.

Importância da Conferência

A cada dois anos os cientistas envolvidos neste experimento se reúnem para discutir e divulgar seus resultados e descobertas. O evento deste ano em Brasília trará uma grande novidade: poucos dias antes da Conferência, precisamente dias 23 e 24, alguns dos nomes mais expressivos do projeto realizarão uma sessão especial denominada O Conhecimento Científico e a Formulação de Políticas Públicas para a Amazônia: a Experiência do Programa LBA.

A sessão destina-se, principalmente, a discutir com setores estratégicos (membros do Legislativo e outros tomadores de decisão governamentais, ONGs, a sociedade civil organizada etc.) como incorporar os resultados do LBA na formulação das políticas públicas para a região amazônica, bem como estimular uma reflexão sobre o papel da ciência para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Por tudo isso, os debates que vão ocorrer em Brasília são de interesse mundial.

Entre os temas-chave da conferência estão alguns dos assuntos mais polêmicos e preocupantes para a comunidade científica brasileira e internacional, como o papel dos diversos ecossistemas da região amazônica na determinação das variações climáticas locais e globais, a evolução do desflorestamento na Amazônia brasileira, as conseqüências da expansão da pecuária bovina para as políticas públicas da região, os principais fatores de determinação do regime de chuvas etc. E como os efeitos das alterações da paisagem, do uso do solo e das queimadas na atmosfera e biosfera amazônica alcançam todo o planeta. (Ministério da Ciência e Tecnologia, 23/06)

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