Depósito atômico no oeste da Alemanha será destruído
2004-06-23
O búnquer atômico de Hanau, no oeste da Alemanha, será destruído, e as quase duas toneladas de plutônio altamente radiativo serão transportadas para a usina francesa de La Hague, a fim de serem reprocessadas. A decisão foi anunciada semana passada pelo ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Jürgen Trittin, que também divulgou a autorização do transporte para a França, que deve estar concluído até meados de 2005. O plutônio armazenado em Hanau pode ser utilizado com fins bélicos e deveria ter sido usado como combustível para os reatores de Kalkar e Karlsruhe (também no oeste da Alemanha), que nunca entraram em funcionamento. A porcentagem de plutônio é superior a 35% e, portanto, pode ser empregado para a fabricação de armas atômicas. Com isso, o transporte para a França deve ser feito sob rigorosas medidas de segurança, a fim de evitar tanto fugas radiativas quanto um possível roubo do material, altamente perigoso. A decisão de processar a carga em La Hague visa a evitar um futuro emprego do material com fins bélicos, já que a porcentagem de plutônio ficará abaixo de 4 ou 5 %. No entanto, o Greenpeace criticou a decisão, por considerar que abala o compromisso do governo de abandonar progressivamente essa fonte de energia. Depois de seu tratamento em La Hague, o material radiativo será devolvido ao consórcio elétrico RWE, assim como ao centro de pesquisa de Karlsruhe, para ser utilizado novamente. O Greenpeace considera que o plutônio deveria ser depositado em um cemitério nuclear para evitar qualquer futura utilização. A usina de Hanau foi recentemente motivo de polêmica no governo alemão, depois de vir à tona a idéia de exportá-la para a China. A operação foi suspensa com as pressões do sócio menor da coalizão de governo da Alemanha, os verdes, e os receios do Ministério do Meio Ambiente de um possível uso para fins bélicos. A usina de Hanau foi concluída em 1991, mas nunca entrou em funcionamento, já que o então ministro do Meio Ambiente do estado de Hessen e atual titular de Exterior do governo federal, Joschka Fischer, vetou o projeto. (EFE 16/06)