Via Campesina pretende intensificar luta contra transgênicos
2004-06-22
Nas proximidades da cidade de Campinas, em um pequeno bairro do município de Indaiatuba, em São Paulo, centenas de agricultores de todos os continentes reuniram-se em uma área descampada durante um entardecer de junho. Muitos levavam velas acesas na mão e aguardavam terminar as preces feitas à mãe terra para que pudessem plantar dezenas de mudas de árvores. Cada uma foi plantada por alguém de um país diferente. Esse era o cenário do encerramento da quarta Conferência da Via Campesina, que durante uma semana reuniu representantes de mais de 80 países. A Via Campesina é um movimento internacional formado por organizações de pequenos e médios agricultores, mas também por trabalhadores do campo e comunidades indígenas da Ásia, África, Américas e Europa. No Brasil, seu principal representante é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A principal decisão retirada do encontro foi a ampliação da campanha contra os transgênicos. Segundo a Via Campesina, os alimentos geneticamente modificados representam não só a maior ameaça à agricultura familiar e sustentável mas também o poder das grandes transnacionais e a perpetuação do modelo agroexportador imposto pela lógica do mercado global. As sementes transgências, como muitos afirmaram durante a conferência, deixam de ser propriedade coletiva da humanidade para tornarem-se propriedade de umas poucas multinacionais e daqueles capazes de pagar os royalties que elas cobram. (Agência Brasil, 21/06)