Bird estuda reduzir participação em projetos poluidores
2004-06-22
Em Washington, o Banco Mundial (Bird) poderá reduzir drasticamente e até encerrar sua participação em projetos de infra-estrutura baseado em indústrias de extração de petróleo, gás e minerais. Uma comissão independente foi criada pelo presidente do Bird, James Wolfensohn, sob forte pressão de organizações não-governamentais (ONGs), que denunciam o impacto ambiental e social negativo desses projetos. Numa decisão pouco usual, os diretores executivos do Bird divulgaram a proposta e pediram comentários públicos. A decisão será tomada dentro de um mês. Também numa iniciativa incomum, Emil Salim, ex-ministro do Meio Ambiente da Indonésia, que lidera a comissão, iniciou campanha pela imprensa em favor da adoção de suas recomendações. O assunto divide os diretores e o próprio staff do banco. Embora não haja um racha claro entre países ricos e pobres, governos de nações em desenvolvimento tendem a opor-se não apenas à saída do Bird de projetos como gasodutos, oleodutos e exploração de minério, porque isso levaria seu encarecimento, mas a maneira como o assunto vem sendo conduzido. — A divulgação pública de documentos antes das decisões da diretoria cria uma situação de desequilíbrio, pois as ONGs dos países em desenvolvimento não têm o mesmo acesso e a capacidade de resposta das dos países ricos, argumentou um membro da diretoria do Bird. Além disso, existiria um problema de representatividade: os governos foram eleitos e as ONGs, não. (CP/central)