Anvisa atesta segurança do Filme plástico
2004-06-21
A divulgação de uma pesquisa feita na Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que verificou que filmes plásticos de PVC, utilizados para revestir embalagens de alimentos, contêm substâncias tóxicas que podem migrar para alimentos, têm provocado confusão entre consumidores.
A pesquisa identificou que o problema é causado por dois aditivos usados para dar flexibilidade aos filmes plásticos: o DEHP (ftalato de di-2-etil-hexila) e o DEHA (adipato de di-2-etil-hexila). Essas substâncias se mostraram ligadas ao desenvolvimento de câncer de fígado e a problemas de fertilidade em testes feitos com animais, como foi noticiado pela Agência Fapesp em 3 de junho.
É muito importante ressaltar, entretanto, que não há comprovação de que tais substâncias possam provocar algum dano aos seres humanos. De acordo com a Agência Internacional para Pesquisas sobre o Câncer (IARC), o DEHP e o DEHA são classificados como substâncias do grupo 3, de risco cancerígeno para seres humanos não classificável, isto é, risco ainda não evidenciado para seres humanos.
O material analisado pela Fiocruz apresentou teores de DEHP de 33,17%. A Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária estipula que, para a armazenagem de alimentos com mais de 5% de gordura, pode haver apenas 3% do DEHP no plástico.
A Anvisa emitiu uma nota técnica com considerações sobre o assunto, na qual afirma que todas as empresas cujas análises laboratoriais acusaram a presença do plastificante DEHP nos filmes plásticos, acima do limite estabelecido pela Resolução 105/99, foram notificadas para que se adequassem a legislação.
Diante dos resultados das pesquisas feitas até o momento, a Anvisa afirma não haver necessidade de alertar a população em relação a restrição de uso do PVC. No entanto, a agência está adotando medidas de controle, como a solicitação de inspeções nas unidades fabris responsáveis pela adição do aditivo ao PVC. (Agência Fapesp)