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2004-06-20
A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) admitiu na quinta-feira (17/06) ter cometido erros num relatório sobre o programa nuclear iraniano, mas insiste, mesmo assim, em pedir uma resolução exigindo que o Irã responda claramente às acusações dos EUA de que Teerã desenvolve secretamente armas nucleares. Os Estados Unidos acusam o Irã de tentar desviar a atenção em relação à pouca cooperação junto à AIEA, enquanto que o diretor-geral da agência, Mohammed ElBaradei, afirmou que a omissão sobre o material magnético adquirido pelo Irã, no relatório de junho, não foi um erro maior. Segundo um diplomata ocidental, a situação não está afetando as negociações em torno da resolução proposta por Grã Bretanha, França e Alemanha, que determina a intensificação da investigação da AIEA no Irã e que o país coopere mais para que o relatório final fique pronto dentro de pouco meses. Outros diplomatas anunciaram que o Irã, apoiado por países não-alinhados, vem tentando reforçar o direito dos países em desenvolvimento ao uso pacífico da energia nuclear. Um direito que, segundo Teerã, justificaria seu programa nucler. Um funcionário da AIEA afirmou, durante um encontro promovido pela agência, que um civil iraniano ouvido em janeiro teria mencionado a importação de material para centrífugas avançadas do tipo P-2 - com capacidade para produzir urânio destinado à fabricação de bombas atômicas - um fato que não mencionado no relatório de junho. Segundo o Irã, a pesquisa efetuada no país sobre a tecnologia P-2 é pouco desenvolvida, mas admitiu a compra de material para equipar centrífugas, o que seria suficiente para a produção de urânio altamente enriquecido. Para o vice-diretor-geral da AIEA, Pierre Goldschmidt, a agência reconhece que falhou em não tomar nota do material importado pelo Irã. — As informações dadas pelo Irã não permitem que a agência identifique todos os detalhes do programa P-2, disse ele. O Presidente do Irã, Mohammad Khatami, disse na quarta-feira (16/06) que, se a AIEA adotar uma resolução mais dura, o país poderia voltar atrás em alguns acordos básicos, como a suspensão do enriquecimento de urânio e de permissão para algumas inspeções. O chefe da delegação iraniana na AIEA, Seyed Hossein Mussavian, disse que a omissão do material magnético foi um erro inocente e afirmou que o Irã continua disposto a trabalhar com a agência, aceitando que a inspeção de seu programa nuclear seja extendida até setembro, em vez de terminar em junho, como o Irã desejava anteriormente. O embaixador dos Estados Unidos na AIEA, Kenneth Brill, acusa o Irã de desviar a atenção de seu programa nuclear. Segundo o diretor-geral da agência, Mohamed El Baradei, a omissão não foi um erro tão grande e que o Irã poderia corrigir a falta de informação. — Mas esta correção técnica não muda o fato de que precisamos de mais transparência por parte do Irã. (AFP 17/06)

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