Coordenador do Inmetro defende mais investimentos para cumprir melhor papel ambiental
2004-06-21
Ser a Embrapa da Indústria – assim o Inmetro deve se comportar para beneficiar as exportações brasileiras. Essa é opinião do coordenador-geral de Articulação Internacional do Inmetro, Paulo Ferracioli, que participou do seminário A Promoção do Comércio para o Desenvolvimento Sustentável, realizado paralelamente à 11ª reunião da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento).
O coordenador do Inmetro alertou que devido às atuais exigências internacionais, é necessário maior investimento no órgão, a fim de provê-lo de laboratórios e tecnologia capazes de garantir certificação ao produto brasileiro e, conseqüentemente, reconhecimento no exterior. Ele citou áreas como as que envolvem produtos químicos, onde é preciso identificar uma partícula de impureza por milhão – às vezes até por bilhão.
De acordo com Ferracioli, o Inmetro trabalha nesse sentido com o setor de frutas e de móveis. E com a certificação e o reconhecimento externo de qualidade dos produtos, poderá haver um aumento nas exportações.
O representante do Ministério do Meio Ambiente no seminário, Gilney Viana, secretário de Desenvolvimento Sustentável, defendeu uma abertura real do comércio a fim de favorecer os produtos competitivos dos países menos desenvolvidos.
O presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, questionou no seminário a possibilidade de alteração no nome da Unctad, incluindo comércio responsável e desenvolvimento sustentável, e também a validade real das Metas de Desenvolvimento do Milênio. O secretário-geral da Unctad, Rubens Ricupero, respondeu que o nome deverá ser discutido, mais cedo ou mais tarde. Explicou que há 40 ninguém imaginava que seriam necessários tantos debates: os organizadores foram ingênuos em avaliar que apenas uma conferência bastaria para resolver todos os problemas.
Segundo Ricupero, o papel da Unctad está em cumprir a oitava diretriz das Metas de Desenvolvimento do Milênio, que é estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento, colaborando para que as outras sete metas possam ser solucionadas. A Unctad, acrescentou, deve funcionar como um ramo econômico das Nações Unidas para acabar com a pobreza por meio do comércio e do desenvolvimento sustentável.
Ainda no seminário, o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Klaus Toepfer, destacou a necessidade de os países atingirem um equilíbrio entre o enriquecimento e a limpeza do meio ambiente. E a busca de nichos de mercado para os países em desenvolvimento diversificarem suas exportações. (Agência Brasil, 18/06)