Vietnã ainda sofre com o agente laranja, mas EUA negam passivo
2004-06-17
A Guerra do Vietnã, também chamada Guerra Americana pelos vietnamitas, terminou em 1975, mas os efeitos da contaminação das pessoas por dioxinas e pelo herbicida conhecido como agente laranja ainda não passaram. — Os danos infligidos pelo agente laranja são muito maiores do que qualquer pessoa possa imaginar, disse o professor Nguyen Trong Nhan, vice-presidente da Associação das Vítimas do Agente Laranja do Vietnã (Vava). Entre 1962 e 1970, milhões de galões do agente laranja foram espalhados pela superfície do país. O professor Nhan, ex-presidente do braço vietnamita da Cruz Vermelha Internacional, denuncia a ação como uma massiva violação dos direitos humanos para a população civil e considera o agente laranja uma arma de destruição em massa. Contudo, desde o final da Guerra do Vietnã, o governo norte-americano negou qualquer responsabilidade moral ou legal pelo legado tóxico. Esse legado não resolvido levou três vietnamitas a moverem uma ação judicial sem precedente, em janeiro deste ano, acionando a Monsanto Corporation, a Dow Química e outras oito empresas que fabricam o agente laranja como criminosos de guerra. As audiências preliminares já foram feitas na Corte Federal de Nova Iorque, em janeiro, presididas pelo juiz Jack Weinstein. Entre os danos causados pelo agente laranja estão defeitos congênitos (de nascimento), que passam de geração para geração devido aos efeitos tóxicos cumulativos da substância. Segundo a Cruz Vermelha do Vietnã, há 150 mil crianças no país com problemas por causa do agente laranja. (BBC News, 16/06)