Ferrugem asiática ataca lavouras de soja no Pará
2004-06-16
Embora a soja produzida no Pará represente pouco mais de 1% do total nacional, ou seja, 1,1 milhão de toneladas, pesquisadores e produtores não escondem sua preocupação com a confirmação de que a ferrugem asiática chegou aos plantios paraenses. Oficialmente ela apareceu no nordeste do Estado (municípios de Paragominas, D. Eliseu e Ulianópolis), embora informações extra-oficiais dêem conta de sua ocorrência no sudeste paraense, na safra do ano passado. A identificação da doença foi feita no laboratório de Fitopatologia da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA), a partir do material coletado durante uma viagem de coleta e fiscalização realizada conjuntamente por técnicos da Delegacia Federal de Agricultura, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e da Embrapa. Os pesquisadores da Embrapa Ruth Linda Benchimol e Emeleocípio de Andrade explicam que a soja tem sido atacada por mais de uma centena de doenças, mas garantem que a ferrugem é a mais perigosa de todas.
A diferença precisa entre os dois tipos de ferrugem só pode ser feita através da análise do DNA.
Mas segundo a pesquisadora, sabe-se, porém, que a ferrugem americana raramente causa danos econômicos e é um fungo que prefere temperaturas amenas, com média abaixo de 25o C e umidade relativa elevada, ocorrendo geralmente nas regiões de Cerrado, com altitude superior a 800 m, ou seja, no Sul do país. Já a ferrugem asiática é extremamente agressiva, se adapta a temperaturas mais elevadas (até 30o C) e requer acima de 10 horas de molhamento da folha, por orvalho ou chuva. Exatamente o que acontece nas regiões paraense onde a soja está sendo plantada em grande escala. (Embrapa Amazônia Oriental)