Após sabotagem, Iraque paralisa exportações de petróleo
2004-06-16
As exportações de petróleo do Iraque foram totalmente paralisadas na terça-feira (15/06) em dois terminais do golfo Pérsico, após um ato de sabotagem que ilustra a vulnerabilidade da rede iraquiana, provocando a alta do produto nos mercados de Londres e de Nova York. O fato aconteceu em meio a atentados e assassinatos que se multiplicam, na medida em que se aproxima o dia 30 de junho, data da transferência de poder aos iraquianos. A interrupção do bombeamento nos terminais de Basra e de Khor al Amaya significa que o Iraque cessou praticamente e por um período indeterminado de fornecer ao mercado internacional 1,65 milhão de barris por dia. O oleoduto do norte, que liga a região petrolífera de Kirkuk ao terminal turco de Ceygan, no mar Mediterrâneo, vinha sendo regularmente interrompido desde agosto de 2003 devido a uma série de atos de sabotagem atribuídos à guerrilha que se opõe à presença americana. Os dirigentes iraquianos admitem a grande dificuldade de proteger a ampla rede de oleotudos iraquianos, que se se estende sobre mais de 7.000 km, contra os ataques e as sabotagens. O bombeamento de petróleo no sul do país foi interrompido após um ataque contra um dos oleodutos que abastecem o terminal de Basra, a grande metrópole meridional, situada a 550 km de Bagdá, com uma capacidade de 50 mil barris por hora, informou o diretor do terminal, Moayyed Hachem. — Os técnicos tentaram colocar em serviço o segundo oleoduto, com capacidade para 30 mil barris por hora, mas ele não suportou a pressão, afirmou. — Este último oleoduto, foi construído na década de 70 e já estava também danificado, de modo que as exportações através dos terminais de Basra e de Khor al Amaya, os dois principais pontos de passagem do petróleo iraquiano, foram suspensas, disse. Mais cedo, o ministro do Petróleo, Thamer Abbas Ghadban, confirmou que um oleoduto do sul de Basra havia sofrido um atentado com explosivos e que isto poderia afetar as exportações. A sabotagem, que priva o mercado internacional de 1,65 milhão de barris diários, aconteceu depois de duas semanas violentas no Iraque, durante as quais 18 carros-bomba explodiram em todo o país e pelo menos 150 pessoas morreram. O primeiro-ministro do Iraque, Iyad Allawi, afirmou que a Autoridade Provisória da Coalizão prometeu entregar o ex-presidente Saddam Hussein às novas autoridades iraquianas. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, porém, declarou que Saddam Hussein será entregue às autoridades iraquianas para ser julgado no momento oportuno quando apenas se apresentarem as medidas de segurança necessárias. O presidente interino do Iraque, Ghazi Yawer, rejeitou a participação de tropas de países vizinhos na força multinacional que ficará responsável pela segurança depois de 30 de junho. A maior reserva de petróleo localizada no nordeste do Iraque tem reservas estimadas em 7 bilhões de barris de óleo cru recuperável. No dia 25 de maio, houve um ataque aos dutos de Kirkuk, no porto turco de Ceyhan, onde eram transportados cerca de 400 mil barris por dia. As cotações do petróleo chegaram subir durante a tarde a até US$ 35,90 em Londres e a US$ 38,40 em Nova York após o anúncio do atentado.(France Presse, ABC News 16/06)