Pesquisa da UFSM aponta vantagem econômica da soja modificada
2004-06-15
Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) afirma que a lavoura transgênica é 66% mais lucrativa que a convencional. A pesquisa foi feita por duas formandas do curso de Ciências Contábeis da UFSM em novembro de 2003, quando a soja transgênica estava proibida e ninguém sabia se poderia plantar grãos modificados. As estudantes Renata Cardinal e Néia Stefanello Garlet, orientadas pelo professor Gilberto Brondani, sofreram para convencer um produtor a falar. Roberto Balconi, 38 anos, de Santa Maria, acabou aceitando. O estudo de caso foi feito na propriedade de Balconi, que planta 10 hectares de soja convencional e 90 hectares de transgênica. Para calcular as despesas, as pesquisadoras levaram em conta o preço cobrado pelos insumos em novembro de 2003. Como a pesquisa precisava ser concluída até dezembro, antes da colheita da soja, elas usaram como parâmetro a produtividade da safra 2002-2003 e o valor da saca de soja em novembro de 2003, que custava R$ 46. A lavoura convencional de Balconi havia produzido 40 sacas por hectare, enquanto a transgênica teve média de 45 sacas, uma produtividade 12,5% maior. A pesquisa revelou que o custo da transgênica foi 10,23% menor porque precisa de menos herbicidas, mão-de-obra e maquinário. Com isso, a lavoura transgênica conseguiu um lucro de R$ 888,36 por hectare, enquanto que o da convencional foi de R$ 534,44. — Muitos produtores podem dizer que os números não estão corretos porque eles não calculam a depreciação do maquinário. Mas nós levamos tudo em conta. Como é um estudo de caso, o que pode haver é variação, dependendo da realidade de cada produtor, diz Néia.(Diário de Santa Maria 14/06)