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2004-06-14
Os perigos de contaminação por vazamentos em postos de combustíveis poderão agora ser detectados com maior rapidez e segurança. Um estudo desenvolvido no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP) aplicou critérios numéricos na utilização de radar de penetração de solo e obteve resultados eficientes na detecção da contaminação de águas subterrâneas por combustíveis. O procedimento resulta em mapas com informações mais abrangentes da área contaminada. Enquanto a forma convencional de detecção de contaminação demanda tempo e resultados apenas pontuais, a nova metodologia, além de economicamente viável, fornece informações mais próximas da situação. — O método direto, convencional, demanda a coleta de amostras do solo e da água subterrânea em alguns pontos da área e o envio a laboratórios para análises, explica a geofísica Jamile Dehaini, que defendeu sua tese de doutorado Detecção da pluma de contaminação de hidrocarbonetos em superfície por método de radar de penetração, no IGc. A análise das informações por critérios numéricos pode fornecer resultados em apenas duas semanas. — Porém, a metodologia não exclui a necessidade dos procedimentos convencionais, avisa a pesquisadora. —A rapidez além de tudo é uma questão de segurança. Nos grandes centros, os postos de combustíveis estão localizados em áreas urbanizadas. Em caso de vazamentos, os riscos são ainda maiores, explica Jamile.
O método foi testado com sucesso em um posto de combustível de São Paulo. A empresa, localizada num bairro da Capital, teria sido objeto de várias denúncias de vazamentos, principalmente pelos vizinhos. Além da coleta de amostra por poços de monitoramento, foi possível o uso do radar de penetração. — A área seria questionável para utilizar o radar por tratar-se de um solo argiloso e de difícil penetração dos sinais, conta Jamile. Segundo a pesquisadora, o perigo vai além. — Os vazamentos podem se tornar uma grande ameaça, pois há riscos de explosões e incêndios, principalmente quando existem nas proximidades galerias as quais podem ser saturadas pelo vapor do combustível. No posto de combustível em questão, Jamile aplicou o método e constatou que a situação de contaminação ocorria além do que foi indicado pelos procedimentos convencionais. — Em poucos dias mapeamos toda a área, com medidas a cada 20 centímetros, e produzimos um mapa detalhado da situação, conta. Os sinais captados pelo radar são armazenados num notebook acoplado ao equipamento e transformados em gráficos. — Com os dados obtidos, nos foi possível estabelecer as relações entre eles e gerarmos números tornando mais precisa a metodologia para então produzir os mapas, explica a pesquisadora. (Agência USP)

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