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2004-06-14
Uma rebelde mancha verde se espalha, desde março, por quilômetros e quilômetros na superfície do venezuelano Lago de Maracaibo, o maior da América do Sul, devido à presença de uma alga de água doce de rápida reprodução, chamada lentilha aquática. — Tem esse nome porque parece uma lentilha verde. Tem menos de cinco milímetros de diâmetro, mas seus ramos se trançam intrincadamente formando um fino e resistente colchão sobre o espelho de água, explicou o biólogo Gonzalo Godoy, da organização ambientalista Procuencas (Pró-Bacias), dedicada ao estudo do Lago. Segundo Godoy, o surgimento da lentilha aquática aumenta a contaminação já comum do Lago, e pode alterar o hábitat de várias espécies de peixes, ao retirar oxigênio e iluminação das águas. — É a primeira vez que isto ocorre no Lago e por essa razão é tão preocupante. A alta quantidade de nutrientes em suas águas, bem como as elevadas temperaturas e as recentes chuvas favorecem a presença dessa vegetação, explicou o especialista. A lentilha aquática, da família Lemnaceae, encontra seu caldo de cultivo em águas com pouco sal, o que normalmente não é o caso do Maracaibo, de mais de 12 mil quilômetros quadrados e com 245 bilhões de metros cúbicos de água, cuja salinidade aumentou muito nas últimas décadas, devido à atividade petrolífera. Essa massa aquática se comunica com o Mar do Caribe através de uma baía natural que chega ao Golfo da Venezuela e que foi dragada há 50 anos para permitir a passagem de grandes navios-tanque. Com essas embarcações, entra mais água salgada. A salinidade no interior do Lago era de uma ou 1,5 grama por litro na primeira metade do século XX, e chegou a quase cinco gramas na superfície e até 15 gramas nas profundidades durante a estação seca. — As águas doces das torrenciais chuvas que caíram nos últimos dias provocaram uma queda na salinidade, de 12 ou 13 miligramas por litro para cerca de quatro miligramas por litro, favorecendo o surgimento da lentilha aquática, disse Carlos Rivero, gerente de Higiene e Meio Ambiente da empresa estatal Petróleos da Venezuela. — Além disso, o esgoto de cidades ribeirinhas, especialmente Maracaibo (de 1,5 milhão de habitantes), Cabimas (de 250 mil) e Ciudad Ojeda (de 150 mil), bem como o uso de pesticidas e outros agentes químicos pelos agricultores da bacia do Rio Catatumbo (a sudoeste do Lago), contribuem com sua contaminação, acrescentou. A contaminação ainda não compromete a vida de peixes comestíveis como o bocachico (Prochilodus magdalenae), a judia (Coris julis), a lisa (família Mugílidos) e o pampano (Stromateus maculatus). — Entretanto, a lentilha aquática pode alterar o hábitat desses peixes, ao bloquear o processo de fotossíntese, e prejudicar a atividade dos pescadores, pois aderem aos barcos, afetando seu sistema de refrigeração e atrapalhando os deslocamentos, explicou Rivero. Enquanto autoridades ambientalistas e especialistas discutem como eliminar a lentilha aquática, grupos de pescadores as retiram com rastelos e pás. O subsolo e o litoral do Lago de Maracaibo foram, durante quase todo o século XX, o maior empório petrolífero sul-americano, e ainda produzem mais de um milhão de barris diários de petróleo. Sobre o Lago se ergue uma floresta de centenas de torres de extração, muitas delas inativas e abandonadas, e sob suas águas se cruzam milhares de quilômetros de tubulações, que com pequenos vazamentos e acidentes ao longo de décadas deixou um grande passivo ambiental. O novo problema da lentilha aquática soma-se aos periódicos que afetam a vida lacustre, como prolongadas secas ou chuvas precoces. As intensas precipitações registradas em meados de maio deixaram mais de cem desabrigados em povoados ao sul do Lago, e vários prefeitos declararam estado de emergência em seus municípios. A estação chuvosa pode prolongar-se até novembro, e é uma incógnita qual será seu efeito sobre a lentilha aquática, comentou o porta-voz do departamento de Meteorologia da Força Aérea, Angel Craterol. (Terramérica / Envolverde)

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