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2004-06-09
Por René Capriles*
Desde a assinatura do acordo de cooperação científica e tecnológica, no ano de 1982, o intercâmbio e a cooperação na área de ciência e tecnologia entre o Brasil e a China têm se aprofundado dia-a-dia. Os dois países já assinaram acordos de cooperação nas áreas florestal, hidroelétrica, aeronáutica e aeroespacial, informação eletrônica, medicamento e saúde, novos materiais avançados, engenharia biológica, uso pacífico da energia nuclear e agropecuária. Os dois países já realizaram 6 reuniões intergovernamentais da Comissão Mista de Cooperação Científica e Tecnológica. Com a viagem do Presidente Lula para a China, as relações bilaterais entrarão, sem nenhuma dúvida, numa nova etapa de colaboração e comércio. A cooperação sino-brasileira em pesquisa e fabricação de satélites de recursos terrestres tem sempre sido alvo de alta relevância para dirigentes dos dois governos e foi elogiada como um caso exemplar da cooperação Sul-Sul.
O primeiro satélite sino-brasileiro de recursos terrestres (CBERS-1), desenvolvido e fabricado conjuntamente pelos dois países, foi lançado com pleno sucesso em Outubro de 1999. O CBERS-2 foi lançado em setembro de 2003. No dia 27 de Novembro de 2002, a China e o Brasil assinaram, em Brasília, o protocolo sobre a cooperação para a continuidade do desenvolvimento conjunto dos satélites de recursos terrestres CBERS-3 e CBERS-4. Além disso, os Ministérios de Ciência e Tecnologia de ambos os países também têm feito intercâmbio e cooperação estreita nas áreas de tecnologia informática, biotecnologia e novos materiais. No campo ambiental, a China tem dado sinais de avanços significativos permitindo que mais de 2000 grupos civis se organizem em defesa das mais diversas áreas ecológicas. As autoridades do Partido Comunista, ao mesmo tempo que desconfiam da atuação destes grupos, estimulam o seu crescimento, principalmente entre os estudantes secundários e universitários. Por enquanto estas organizações, totalmente apolíticas, se limitam à atuação de pequenos grupos que se concentram na problemática do cotidiano.
Na década dos 80, a proteção ambiental era considerada tarefa exclusiva das áreas governamentais específicas e dos cientistas e trabalhadores do setor. Já na década dos 90, escritores e jornalistas começaram a se preocupar com o tema dando início a uma incipiente manifestação da cultura verde. Pouco tempo depois, os empresários se integraram a esse movimento mudando as diretrizes partidárias. As autoridades responsáveis pelo centralismo democrático tiveram que aceitar a existência de um emergente setor verde que permeou a sociedade como um todo.O professor Ye Wenhu, diretor do Centro de Pesquisas sobre o Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Beijing, declarou que considera a sustentabilidade como o método fundamental para resolver os problemas da China gerados pelo seu acelerado desenvolvimento. Já Zhu Tan, Deputado na Assembléia Popular Nacional, especialista em pesquisas ambientais por mais de 30 anos na Universidade de Nankai, afirma que o trabalho da proteção ambiental não pode depender somente das iniciativas do Governo. A participação da sociedade civil organizada é, segundo ele, fundamental na consecução dos objetivos ambientais. A primeira ONG internacional permitida na China foi a Friends of Nature - FON, oficialmente registrada em Abril de 1994 sob a direção do escritor, professor de História Chinesa e editor, Liang Conqjie. Foi ele o primeiro ecologista a questionar a forma com que o Governo Central tratava as questões ambientais, na época limitadas à preservação do urso panda. A FON, hoje com pouco mais de mil filiados, é a única instituição a tratar mais abertamente o tema do Tibet, sempre do ponto de vista ambiental e não político.
Oficialmente o Governo chinês tem realizado esforços no campo da proteção da biodiversidade, elaborando o Programa de Reservas Naturais da China, e o Plano de Ação para a Proteção da Biodiversidade da China, e definindo a estratégia e os projetos prioritários para a proteção da biodiversidade. Nesse senti do, a China adota a combinação da proteção no mesmo lugar com a proteção por meio do deslocamento. Atualmente tem como prioridade a proteção de 612 espécies raras em perigo de extinção, 258 animais silvestres e 354 botânicas. Teve êxito na reprodução artificial de mais de 60 animais silvestres raros e em perigo de extinção, quando se recuperaram preliminarmente, mediante a introdução de bancos de sêmen para a reprodução, o milu ou veado do padre David, o cavalo silvestre, o antílope de nariz alto e alguns outros animais. Já o estabelecimento de reservas naturais constitui a mais eficaz medida para a proteção dos animais silvestres no mesmo lugar. Até ao fim de 1995, a China havia estabelecido 799 reservas naturais, com índoles relativamente completas, cuja superfície chega a 71.850.000 hectares, ocupando 7,19% da superfície territorial; dos quais, 99 são Reservas Naturais de de importância nacional e 10 incorporadas à rede de proteção internacional Programa MAB - O Homem e a Biosfera, da UNESCO. A fundação dos parques zoológicos, botânicos e centros ou bases de reprodução com bancos de sêmen é uma medida eficaz do Governo para proteger os animais e as plantas silvestres, transportando-os para outros lugares. A China possui 175 parques zoológicos e zonas de exposição zoológica, 227 centros de reprodução de animais silvestres, mais de 60 grandes parques botânicos e 255 bases de reserva das espécies botânicas silvestres introduzidas, de modo que hoje recebem proteção numerosos animais e plantas raras e em perigo de extinção como o panda, o aligátor de China, o esturjão da China, o golfinho branco, o tigre do nordeste, o ibis vermelho, o abeto prateado, as camélias de flores douradas, etc. Além disso, a China construiu mais de dez museus de espécimes, um banco de genes e dois bancos citológicos de animais silvestres, com as bases voltadas para o estudo da diversidade e a sua conservação. O Governo proíbe o uso da bile do urso, chifres de rinoceronte e ossos de tigre nos medicamentos e no comércio, aplicando severas penas a atos criminosos como a caça predatória de animais silvestres.( Editor da ECO•21)

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