Químicos impedem desenvolvimento do cérebro infantil, diz relatório do WWF
2004-06-08
Fraca memória, capacidade de aprendizagem menos desenvolvida e diminuição do quociente de inteligência (QI) são apenas alguns dos efeitos das substâncias químicas de origem humana no desenvolvimento do cérebro das crianças, alerta o relatório Comprometendo nossas Crianças, da organização ecologista World Wildlife Fund for Nature (WWF). O relatório, que reúne as investigações mais recentes sobre os impactos dos químicos a que as crianças estão expostas diariamente, refere ainda a tendência para o autismo e hiperatividade. Apesar de a União Européia reconhecer que estes são problemas de saúde pública significativos, a WWF lamenta que a maioria das substâncias químicas disponíveis no mercado não tenham informações sobre os seus riscos. — É inacreditável que, apesar de a ciência mostrar que os químicos estão a afetar as capacidades mentais das crianças, ainda não tenhamos acesso a informação segura sobre essas substâncias, que utilizamos no dia-a-dia, criticou Gwynne Lyons, conselheira da WWF. — Hoje vivemos todos numa enorme experiência química da qual não sabemos os resultados. As crianças são o nosso futuro e o nosso futuro está ameaçado, acrescentou. Segundo o relatório da WWF, pouco é conhecido sobre a toxicidade, para o cérebro e para o sistema nervoso, dos 700 mil químicos de origem humana atualmente no mercado. Contudo, um painel de cientistas norte-americanos estima que 10% de todas as desordens neurológicas são causadas total ou parcialmente pela exposição a substâncias tóxicas. (Ecosfera, 03/06)