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2004-06-08
— O discurso da ministra Dilma Rousseff foi uma decepção geral para as ONGs e também para vários delegados da conferência, disse o representante do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (FBOMS) Rubens Born. A ministra das Minas e Energia reafirmou a nova postura em favor das usinas hidrelétricas, agora consideradas pelo governo como fonte mais importante e mais barata para o suprimento de eletricidade na região. — O Brasil poderia ter se aproveitado da liderança e papel-chave desempenhado pelo País desde Johannesburgo, na Rio+10, para concretizar projetos em energias renováveis e atrair recursos dos negociadores, explica ele. — O País foi à conferência representando a América Latina e Caribe, e o sistema de hidrelétricas não é adequado para todos eles. Foi um péssimo sinal político. — A ministra resolveu brigar pelas barragens. Agora vai perder liderança e os possíveis recursos de investidores, disse o representante do Greenpeace, Marcelo Furtado, outro brasileiro presente à Conferência. Os ambientalistas reclamaram que a ministra praticamente esqueceu do Proinfa em seu discurso. — O Proinfa é um programa coordenado pelo Ministério das Minas e Energia que estabelece a contratação de 3.300 MW de energia no Sistema Interligado Nacional, produzidos por fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas, sendo 1.100 MW de cada fonte, mas não há garantia para o programa depois de 2006, lembrou Born. O FBOMS manifestou grande frustração com o papel do Brasil na Conferência, ressaltando o alinhamento da Ministra com a indústria internacional de construtoras de barragens e a sua falta de vontade de dialogar com as Ongs e os movimentos sociais sobre alternativas à destruição causada pelas grandes hidrelétricas no Brasil.(Ecoagência)

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