Estudo aponta altos níveis de ruído em hospitais
2004-06-07
A enfermeira da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, Cheryl Cmiel, e suas colegas, suspeitavam que os níveis de ruído naquela casa de saúde estavam inadequados para as necessidades de conforto da maioria dos pacientes. Mas depois que Cmiel passou uma noite no local, observado os ruídos, até mesmo ela se supreendeu. — Minha pressão sangüínea caía toda hora em que eu era despertada ouvindo pequenos bipes de uma máquina, afirmou Cmiel, que trabalha no Hospital Santa Maria, afiliado à Clínica Mayo, em Rochester, Minnesotta. Utilizando um dosímetro, a enfermeira fez medições de ruído. Para ter uma idéia do que ela encontrou, uma motocicleta tem um ruído de 95 decibéis, enquanto que uma máquina de raio-X portátil acusou 98 decibéis. No corredor, foram anotados 70 decibéis. No hospital, o som mais baixo foi registrado às 7h da manhã, chegando a 113 decibéis, algo da mesma intensidade de uma serra elétrica. Laurel Carpenter, em Los Angeles, fez uma experiência semelhante durante oito dias de estada em diferentes hospitais onde ela foi tratada por problema de dor de cabeça. — Foi muito horrível, havia muito barulho, disse. — Eu era acordada à noite por pessoas conversando nos corredores e por barulhos de aparelhos de monitoramento. Me recuperei muito melhor depois de ir para casa, assinalou. A Dra. Christina Johns, médica colaboradora do Bom Dia América (programa de tevê nos Estados Unidos), fez testes em unidades pediátricas e encontrou que a máquina de medir a taxa de oxigenação de pacientes chegou a emitir 70 decibéis. Especialistas afirmam que o barulho excessivo em hospitais leva ao retardamento do processo de cura do corpo. — Sabemos que a privação de sono por curtos períodos pode causar deficiências no sistema imunológico, diz o médico Danny Lewin, especialista do Centro Médico Nacional para Crianças em Washington. (ABC News, 02/06)