Estudo sobre barragens traz números inéditos
2004-06-07
Trabalho pioneiro no País da Fundação Estadual do Meio Ambiente, de Minas GErais sobre as barragens existentes no Estadi, que será divulgado amanhã (08/06) traz um dado, no mínimo, preocupante. Conforme o levantamento, das 460 barragens no Estado – número que era desconhecido, antes da pesquisa –, 60% apresentam alto potencial para danos ambientais. A maioria delas (288) está situada em minerações e 172, em indústrias. A maior concentração é no Quadrilátero Ferrífero, com 173 barragens. A cidade com o maior número, no entanto, é Delta, no Triângulo, com 43 estruturas de contenção de vinhaça, resíduo de destilarias de álcool. A diretora de atividades industriais e minerárias da Feam, Zuleika Chiacchio Torquetti, explica que o fato de a maior parte das barragens ter apresentado elevado potencial de prejuízos ambientais, conforme os critérios definidos na pesquisa – elas foram classificadas conforme o tamanho e a substância contida e divididas em de alto, médio e baixo potencial de dano – não significa que estejam na iminência de acidentes. —Potencial de dano significa que ela pode ser uma barragem de grande porte ou tem um conteúdo perigoso, mas não quer dizer que vá causar nenhum acidente ou que apresente alguma irregularidade, afirma. Mas a constatação servirá para que o governo do Estado defina medidas de gestão de auditoria nesses reservatórios. Os critérios técnicos e ambientais para o estudo foram fixados a partir da Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e também incluem características como a altura do maciço, o volume do reservatório, o tipo de resíduo e qualidades do entorno, como ocupação humana, interesse ambiental e instalações ambientais. Todos esses dados foram somados e, de acordo com a pontuação alcançada, as barragens foram classificadas em uma das três categorias relativas ao potencial de dano. Depois de divulgados os resultados, os empreendedores responsáveis pelas áreas terão que contratar especialistas em barragens para fazer inspeções de segurança. Aquelas de baixo potencial de impactos ambientais terão que ser visitadas de três em três anos; as de médio potencial, de dois em dois anos, e as de alto potencial, anualmente. (Estado de Minas, 05/06)