O mais novo escândalo envolvendo o governo Lula é protagonizado por Fábio Vaz de Lima, marido da ministra do meio-ambiente, Marina Silva. O Banco Mundial (Bird), que investe no projeto Reservas Extrativistas (Resex II), encontrou várias irregularidades na atuação de ONGs (organizações não-governamentais), entre elas, uma ligada ao marido de Marina. A entidade denunciada é a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), parceira do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) - no qual Lima foi secretário-executivo. A ONG estaria servindo como fachada para receber madeira extraída ilegalmente, uma vez que o corte do mogno na Amazônia é proibido e o material apreendido deve ser doado a entidades sem fins comerciais.
Recentemente, um lote de madeira ilegal avaliado em US$ 2 milhões foi doado justamente para a FASE. Em conversas reservadas, funcionários do IBAMA, dizem que a política de doação do governo Lula é apenas uma forma de esquentar a madeira ilegal extraída da Amazônia. A organização suspeita contratou, inclusive, uma madeireira multada pelo IBAMA por agressões contra o meio ambiente para transportar a doação. O marido da ministra Marina Silva é acusado ainda de superfaturar vários outros projetos ambientais, segundo dossiês anônimos. Um dos homens de confiança de Lima, Atanagildo de Deus Matos, tem trabalhado nos projetos do Ministério do Meio-Ambiente orientando as ONGs no planejamento de projetos sociais. Matos responde a inquérito administrativo por suposto desvio de R$ 1,5 milhão em outro programa ambiental financiado pelo Banco Mundial.
O Bird enviou um documento ao presidente do Ibama, Marcus Barros, reclamando da situação e denunciando da malversação de recursos e falhas no gerenciamento. Segundo a carta, o programa somente terá seguimento se estes problemas forem resolvidos. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), apresentou um requerimento para ouvir Lima, Matos o presidente do Ibama.— O ministro José Dirceu estava errado: existe, sim, corrupção no governo do PT. E pior: todos os últimos escândalos envolvem figuras do primeiro escalão, disse o parlamentar. (Diego Casagrande, 05/06)