Se há uma vitória que as ONGs ambientalistas conseguiram com a sua barulheira anti-transgênicos é a da consciência dos consumidores. Embora quase ninguém realmente procure o rótulo de transgênico em uma embalagem de óleo de soja, as pesquisas realizadas recentemente junto ao público mostram que transgênico é quase um palavrão. Em abril uma enquete feita pela rede de TV alemã RTL em parceria com a revista Stern mostrou que os alemães continuam desconfiando dos transgênicos. Dos 1003 entrevistados 73% responderam que estão cuidando se os produtos que compram têm ou não origem transgênica e 68% garantiram que não compram transgênicos em hipótese alguma.
Na China uma consulta bem menos expressiva realizada em fevereiro deste ano com 600 pessoas revelou resultados semelhantes. Apenas 24% dos entrevistados responderam que optariam pelos transgênicos para sua alimentação. — Um dos efeitos da nova legislação para os transgênicos na Europa foi fazer crescer o debate em torno do tema, acredita Xu Lijun, da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace na China. Só para lembrar a China é o país de origem da soja e abriga cerca de seis mil variedades da espécie, cerca de 90% do total existente no mundo. O país proíbe o plantio comercial de soja geneticamente modificada, mas importou em 2003 20,7 milhões de tonelada do grão, 70% transgênica.(M.S.C)