— O Irã repetidamente deixa escapar detalhes de seu programa nuclear e sobre a perseguida tecnologia de enriquecimento de urânio, concluiu ontem (02/06) a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em uma avaliação levemente crítica. O relatório de um observador nuclear das Nações Unidas (ONU) faz surgirem novas questões sobre as intenções do Irã e, de certa forma, persuade o corpo de governantes da AIEA a não concluir as inspeções até o final deste mês. O documento, de 20 páginas, é o terceiro escrito de forma consecutiva neste semestre e reporta significativas dúvidas a respeito do desempenho do Irã na área nuclear. A AIEA acredita que o Irã forneceu informações recentes sobre seus esforços nucleares, mas cita um amplo conjunto de detalhes que teriam sido perdidos e explicações contraditórias. Após declarar que teria construído um equipamento de enriquecimento de urânio, por exemplo, o Irã, recentemente admitiu aos inspetores da AIEA que magnetos essenciais a este equipamento foram importados da Ásia. Questionados sobre isto, oficiais iranianos admitiram que uma empresa do Irã havia contatado uma intermediária européia para comprar quatro mil magnetos para sofisticadas centrífugas P-2 a gás – o suficiente para duas mil máquinas, muito mais do que o necessário para simples pesquisas. Os agentes da AIEA tentam agora identificar a fonte de traços do urânio enriquecido em três unidades iranianas para ver se ela poderia ou não ser mapeada pelas próprias autoridades daquele país. (Washington Post)