Amazônia e Mata Atlântica estão desaparecendo vertiginosamente
2004-06-02
O futuro das florestas brasileiras é cinzento. A extração ilegal de madeira, as queimadas, a agricultura e a urbanização se aceleraram e devoram a Amazônia pelas bordas. Em 2000 o índice de devastação era de 17 mil quilômetros quadrados por ano. A mais recente medição, de 2002, mostra uma média superior, de 25 mil quilômetros quadrados. O impacto vem do leste, com as madeireiras e os pecuaristas. No ritmo atual, em 2010 terão derrubado uma área equivalente a três vezes o Estado do Rio de Janeiro. A mais recente ameaça é a soja, que avança pelo sul, pressionando os pecuaristas a avançar sobre terras griladas. —As áreas de plantio e pastagem são responsáveis por cerca de 75% da área devastada—, diz Paulo Gonçalves Barreto, pesquisador e diretor do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Nos anos 70, no sul da floresta, o cerrado surgia praticamente intocado. Havia apenas a Belém-Brasília, estrada quase sem movimento, cortando a mata. Mas o cerrado tornou-se um celeiro de grãos e a estrada vazia um eixo de avanço do progresso rumo ao norte do país. A Transamazônica deve ser asfaltada em breve.(Época, 31/05)