Cerca de 60% dos resíduos sólidos gerados no país são provenientes de obras, segundo a Secretaria de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. A maior parte desses resíduos não é reciclada, mas descartada em áreas irregulares chamadas —bota-fora—, em meio ao lixo comum em aterros sanitários, jogada em leitos de rios ou, na melhor das hipóteses, enterrada. —A complicação é maior do que o lixo doméstico—, diz Tarcísio Paula Pinto, arquiteto e consultor em gestão de resíduos. A parte seca dos resíduos das residências (plástico, metal, papel e vidro) representa apenas 15% do lixo sólido produzido no Brasil. Só em São Paulo, cinco mil toneladas de material que poderia ser reciclado vai para aterros todos os dias. Esse cenário deverá mudar a partir de julho, quando os municípios serão proibidos de dispor o entulho em aterros e bota-foras. Pela resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), tudo deverá ir para áreas de transbordo, onde os diversos materiais serão triados e encaminhados para a reciclagem. (Época, 31/05)