FAO prevê piores colheitas este ano na América Latina
2004-06-01
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) advertiu segunda-feira (31/05), que em alguns países latino-americanos as colheitas de vários produtos foram prejudicadas pelo tempo seco. Em seu relatório mensal a FAO analisa a situação da fome no mundo e da produção de alimentos para combatê-la. Quanto à América Latina, o documento assinala que na Argentina e no Brasil a seca durante o período de crescimento dos cultivos prejudicou as colheitas de milho. No Equador e no Peru, o clima seco provocou uma redução acentuada na produção de inverno de arroz e dos cultivos de milho da primeira temporada, enquanto em vários países centro-americanos as famílias camponesas afetadas pela depressão do setor cafeicultor continuam recebendo assistência alimentar. Em relação ao Haiti, a agência das Nações Unidas, com sede em Roma, afirma que as entregas de ajuda alimentar voltam à normalidade progressivamente por causa das melhores condições climáticas, depois de as chuvas torrenciais e as inundações terem atingido grande parte desse país e da República Dominicana. Com base no relatório da FAO, em maio os países com grave escassez de alimentos foram 35, um numero menor que o de outros meses, apesar de a situação na África não ter mudado e 24 nações do continente precisarem de ajuda alimentar. O número de maio do documento atribui boa parte da escassez às desordens internas e às condições climáticas adversas, em particular às secas, mas acrescenta que em alguns países a incidência do vírus da Aids é um fator a levar em conta. O relatório indica a continuação da grave crise humanitária na Coréia do Norte, onde a escassez de alimentos é crônica e, apesar das doações de trigo e milho da comunidade internacional, são necessárias 123 mil toneladas de produtos básicos para os próximos seis meses. Segundo a FAO, o clima na Europa será, em geral, favorável para as colheitas de cereais de 2004, e em relação ao ano passado se prevê um forte aumento na produção dos 25 países da UE. No continente europeu, a área plantada aumentou e se esperam melhores rendimentos como conseqüência do bom índice de umidade até o momento.(EFE)