O jogo geopolítico para decidir o local de instalacao do Reator Internacional de Pesquisa em geracao de energia a partir da fusao atômica, denominado ITER, teve novas rodadas esta semana. Depois de exaustivas negociacoes a disputa afunilou-se entre dois locais: Cadarache na Franca e Rokkasho-mura no Japao. A perspectiva é ter a decisao final antes do final do verao europeu em setembro. O projeto do ITER, avaliado em 5 bilhoes de Euros, é desenvolvido de forma conjunta pela Uniao Européia, Japao, China, Rússia, Coréia do Sul e Estados Unidos. A tecnologia em questao perseguida é a mesma que compoe a queima de gases do sol. Sua base de funcionamento é a água, de onde se extrai o hidrogênio, que é posteriormente transformado em hélio, gerando grande quantidade de energia nesse processo. Além de uma maior eficiência energética o reator de fusao tem a vantagem de produzir muito menos lixo radioativo que as usinas atuais, que funcionam através da fissao nuclear. Além do seu custo de construcao o ITER necessitará de 265 milhoes de Euros por ano para sua manutencao. O principal resultado esperado com esse investimento é o desenvolvimento de uma nova tecnologia de producao de energia até o ano 2050. — Nós esperamos que o ITER seja construído na Franca, pois muitos cientistas europeus ficarao incomodados se precisarem viajar até o Japao para realizar suas pesquisas, avalia o gerente do Instituto Max-Planck de Física Plásmica e um dos negociadores do projeto. (Die Welt)