Degradação da água, da terra e do ar sustenta boa parte do crescimento chinês
2004-05-27
O admirável crescimento da China ergueu-se sobre alguns pilares nem tão admiráveis assim. A espoliação da mão de obra local é um deles. Outro é a dilapidação descontrolada dos recursos naturais. Os chineses foram exímios em planejar sua economia, mas o mesmo não pode se dizer da forma como geriram o uso do ar, da água e da terra. A má gestão ambiental não afeta só a qualidade de vida de seus habitantes, também coloca em risco a sustentabilidade do seu crescimento econômico nas próximas décadas. Uma terceira implicação: com a abertura da economia do país vermelho ao mundo, há economistas que vêem na importação de grãos e matérias primas pela China a transferência de poiluição aos países exportadores. Com base nos dados da WWF, em julho de 2002 a revista The Economist escreveu que, caso a China se transforme em um clone dos EUA, poderá criar um pesadelo ecológico. Hoje, cada cidadão americano para satisfazer seu consumo precisa de quase 10 hectares. O Chinês, menos de 2. Segundo a EPA, agência ambiental dos EUA, metade de sua água já está contaminada. A China precisa criar 12 milhões de empregos/ano para não entrar em colapso socioeconômico. Resta saber se continuará copiando o modelo americano ou saberá criar um novo paradigma com base na sustentabilidade. (Carta Capital)