Reservas privadas são criadas para preservar as florestas
2004-05-26
A Mata Atlântica é um banco de vida, segundo Daise Moreira Paulo, química aposentada que luta para preservar e expandir as florestas brasileiras, tanto que destinou à conservação 28 dos 48 hectares de uma fazenda de sua propriedade, a cem quilômetros da cidade do Rio de Janeiro. As terras de Daise, presidente da Associação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do Estado do Rio de Janeiro, fazem parte dos domínios da Mata Atlântica, um extenso conjunto de florestas da costa leste e ecossistemas associados, que sofre uma devastação ambiental maior do que a da Amazônia. A destruição das florestas e da biodiversidade da Mata afeta diretamente a vida de 120 milhões de brasileiros que vivem em ecossistemas limítrofes, e representam dois terços da população total do país.
O agrônomo Henrique Fragoso Berbert de Carvalho preside outra associação de reservas privadas, dos Estados da Bahia e de Sergipe. A fazenda que compartilha com sua família inclui a Reserva Natural Serra do Teimoso, de 200 hectares, em Jussari, ao sul da Bahia. Daise e Henrique integram um movimento em expansão no Brasil, de fazendeiros sensíveis à questão ambiental, a ponto de tornar intocáveis partes de suas propriedades, somando-se ao esforço estatal pela conservação. Há no Brasil mais de 600 RPPN, que somam cerca de 500 mil hectares. Constituem um instrumento indispensável para a proteção da biodiversidade, principalmente na Mata Atlântica, onde já foram criadas 360 que incluem cerca de 83 mil hectares, disse ao Terramérica Márcia Hirota, diretora de projetos da Fundação SOS Mata Atlântica. (Terramérica, 25/05)