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2004-05-24
Cientistas argentinos e brasileiros desenvolveram um novo método, menos tóxico, para detectar a presença dos barbeiros, os insetos vetores da Doença de Chagas, que afeta 16 milhões de pessoas na América Latina. Segundo a edição de sexta-feira (21/05), do jornal argentino La Nación, o projeto contou com a participação de cientistas do Laboratório de Fisiologia de Insetos da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da Universidade de Buenos Aires e do Instituto René Rachou, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz de Belo Horizonte. Os especialistas, que contam com financiamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), têm um ano para comprovar a eficácia de seu método, que está baseado em substâncias que o próprio barbeiro produz como sinal de perigo para seus semelhantes. — É um método menos tóxico e mais específico que os usados atualmente, afirmou o biólogo argentino Gabriel Manrique. A Doença de Chagas é causado por um parasita, o Trypanosoma Cruzi, que está presente nos sedimentos do barbeiro, um inseto de três centímetros de comprimento que se alimenta de sangue e é conhecido na Argentina como o percevejo gaúcho. — Quando é perturbado, o barbeiro libera uma série de compostos que informariam ao resto da população sobre a presença de um perigo em potencial. Seria um ferormônio de alarme, disse Manrique. — O ferormônio emanado pelos barbeiros em risco não só lhes adverte que têm que fugir, como indica a direção contrária da fonte de agressão e promove um aumento na atividade locomotora, de modo que eles se movam mais rápido, explicou. Os cientistas argentinos e brasileiros reproduziram artificialmente essa substância com o propósito de utilizá-la em locais onde se quer saber se há barbeiros; se estiverem no local, eles escaparão imediatamente ao detectar a substância que lhes avisa do perigo e então poderão ser vistos. Normalmente, o barbeiro procura abrigo em fendas e rachaduras, condições ideais que encontra em casas de pau-a-pique. De dia, o inseto permanece imóvel em seu esconderijo, para se esconder da luz, e de noite sai para se alimentar de sangue humano ou de outro animal de sangue quente, em seguida voltando a seu refúgio. —Prentendemos provar se as substâncias liberadas que funcionariam como ferormônios de alarme podem servir para detectar presença ou ausência de barbeiros nas casas. Seria um método ecológico, menos tóxico e mais específico que os inseticidas atualmente utilizados, conclui. A Doença de Chagas leva o nome do brasileiro Carlos Chagas, que descobriu este mal, seu causador e seu transmissor. O argentino Salvador Mazza realizou estudos em pacientes que permitiram completar o quadro. Entre seus sintomas estão a febre, a dor de cabeça e nos músculos, a inapetência e alterações no coração, que podem levar à morte do doente.(EFE)

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