A ONG Greenpeace obteve vitória, nesta semana, nos tribunais dos Estados Unidos, depois que um juiz federal da Flórida julgou improcedente a ação do governo George W. Bush contra a abordagem pacífica dos militantes da ONG com relação a um barco carregado com madeira ilegal que se dirigia a Miami. O juiz Adalberto Jordan, que havia expressado suas dúvidas sobre a denúncia apresentada pela fiscalização norte-americana, aceitou a petição da Greenpeace e decidiu retirar a denúncia do governo, por falta de provas. Se houvesse sido julgada procedente a denúncia, a Greenpeace poderia ter sido declarada uma organização criminosa e ilegal. A Greenpeace considerou a decisão uma vitória da liberdade de expressão. A denúncia havia sido apresentada pelo fiscal-geral John Ashcroft. Mas a Grenpeace está preocupada: — Nossas liberdades continuam em perigo, disse o diretor-excecutivo da Greenpeace na Espanha, Juan López de Uralde. — A administração Bush e seus aliados estão empenhados em reprimir os protestos civis, mas nunca cessará o nosso empenho em proteger nossos bosques, nosso ar, nossas águas e em contruir um futuro verde e pacífico, acrescentou. O caso remonta a abril de 2002, quando seis ativistas da ONG abordaram, na costa da Flórida, um navio mercante que se dirigia a Miami e colocaram nele uma faixa com a frase – Presidente Bush, detenha a madeira ilegal. Os ativistas foram imediatamente detidos e passaram o fim de semana na cadeia. Em julho de 2003, o Departamento de Justiça decidiu processar toda a Greenpeace em vez de investigar o caso. A fiscalização recorreu a uma lei de 1872 contra a prática pela qual as prostitutas de portos subiam nos navios e incitavam os marinheiros a virem para a terra para irem para as tabernas. (El Mundo)