TERRORISMO E PETRÓLEO DOMINAM ENCONTRO DE XEQUES DO GOLFO
2004-05-17
O terrorismo, a escalada dos preços do petróleo - que alcançaram um novo recorde histórico na sexta-feira (14/05) - e a violência no Iraque e na Faixa de Gaza foram os principais temas em pauta na reunião neste domingo na cidade saudita de Jidá dos altos representantes das monarquias petroleiras do Golfo. Dois chefes de Estado, o rei Hamad bin Issa al Khalifa, do Bahrein, e o emir Hamad bin Khalifa al-Thani, do Qatar, e altos responsáveis de Kuwait, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU) se reuniram sob estritas medidas de segurança, temendo atentados terroristas. As ruas que dão acesso ao edifício onde se realiza a conferência foram bloqueadas, enquanto helicópteros e barcos vigiavam os arredores desta cidade portuária na costa do Mar Vermelho. Esta reunião, realizada uma semana antes da Conferência dos Países Árabes, prevista para os dias 22 e 23 em Túnis, permitiu aos dirigentes das ricas monarquias petroleiras conversar sobre a deterioração da situação nos territórios palestinos, a crise no Iraque e a segurança na região depois da assinatura, em 4 de maio, de um pacto antiterrorista pelos ministros do Interior do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), informou o secretário-geral do CCG, Abderrahman al-Attiyah, antes do encontro. De fato, o terrorismo está no centro das preocupações, principalmente no país anfitrião da reunião, que há seis semanas sofreu um atentado contra instalações petroquímicas no porto de Yanbu, no Mar Vermelho, no qual morreram seis ocidentais. Este ataque se soma a uma série de atentados suicidas atribuídos à rede terrorista Al-Qaeda cometidos em Riad, que mataram mais de 60 pessoas e deixaram mais de cem feridas desde maio de 2003. — Também está sendo discutido o descontrolado aumento dos preços do bruto, o que pode parecer satisfatório a curto prazo para os países produtores, mas faz temer uma crise no futuro, frisou Attiyah. O principal produtor da Organização de Países Produtores de Petróleo (OPEP), a Arábia Saudita, pediu um aumento da produção do cartel de um milhão e meio de barris por dia (bpd). Os preços do bruto chegaram a um recorde histórico na sessão de sexta-feira em Nova York, alcançando a soma máxima de 41,56 dólares o barril. O ministro catariano da Energia, Abdullah bin Hamad al-Attiyah, declarou na sexta-feira que existia uma grande possibilidade de que a reunião informal dos ministros da OPEP que será organizada à margem de uma conferência sobre a energia nos dias 22, 23 e 24 de maio em Amsterdã se torne um encontro formal dos 11 membros da organização para responder à crise. A próxima reunião formal da OPEP está prevista para o dia 3 de junho em Beirute. Segundo Attiyah, os países da OPEP já estão produzindo 1,5 milhão de barris de petróleo além da cota estabelecida em 23,5 milhões de bpd, e têm capacidade para produzir 28 milhões bpd. O medo em relação aos atentados terroristas contra as instalações petroleiras do Iraque e da Arábia Saudita, o aumento da demanda mundial e a queda das reservas de gasolina nos Estados Unidos são, na opinião dos analistas, as principais causas da escalada dos preços do bruto.(AFP)