Caçadores canadenses saíram ao mar para a maior matança de focas dos últimos 50 anos, apesar de protestos de ambientalistas e grupos de defesa dos direitos dos animais. O governo está permitindo que mais de 300 mil animais sejam mortos neste ano, grande parte deles durante uma operação que deve durar 36 horas. As autoridades canadenses argumentam que a iniciativa é justificável dos pontos de vista ecológico e financeiro. A caça de focas jovens para o uso de sua pele está quase suspensa na costa leste do Canadá há 25 anos, por causa da pressão internacional. No passado, imagens de homens matando focas a pauladas chocaram o mundo.
Grupos de defesa dos animais esperavam que a opinião pública impedisse a volta das caçadas. Mas o governo canadense diz que a caça é humana e necessária, já que a população de focas está crescendo muito e os estoques de peixes na região estão desaparecendo. Autoridades estimam que existam 5,2 milhões de focas no Atlântico Norte, que estariam acabando com os estoques de bacalhau. Além disso, argumenta o governo, a caça agora será feita sob regras rígidas e os animais serão mortos a tiros. Mas os grupos de defesa dos animais dizem que o governo está usando as focas como bodes expiatórios para encobrir sua má administração dos estoques de peixe.
O Fundo Internacional para o Bem-Estar dos Animais disse também que as regras do governo para que a caça seja feita de forma mais humana estão sendo ignoradas. Os ativistas disseram que estão tendo dificuldade em enviar observadores para garantir o respeito aos procedimentos. O governo americano baniu a importação de produtos feitos com focas em 1972 e a União Européia tomou a mesma decisão uma década depois. Como resultado, o governo canadense reduziu as cotas para a caça de focas para 15 mil por ano - a maioria para o uso da carne e artesanato local. Mas, com a pele de volta em moda, a caça também voltou. No ano passado, o Canadá aumentou as cotas novamente, permitindo que 1 milhão de focas sejam mortas nos próximos três anos.
(Reuters)