GRUPO CONTRÁRIO A PROPOSTA PARA A RESERVA RAPOSA SERRA DO SOL OCUPA FUNAI DE RORAIMA
raposa serra do sol
2004-05-13
A sede da Funai - Fundação Nacional do Índio em Boa Vista, Roraima, permanece ocupada por um grupo de índios contrários à demarcação em área contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, localizada no norte do estado. De acordo com o líder da ocupação, o cacique Anísio Macuxi, cerca de 230 índios estão no local desde segunda-feira (10), quando fizeram reféns dois funcionários da Funai. Segundo o cacique, um deles foi libertado na segunda à tarde, e o outro, nesta terça-feira (11/05). Segundo a liderança indígena, os ocupantes do prédio pertencem às etnias Macuxi, Taurepang, Wapichana e Ingarikó. O administrador da Funai em Boa Vista, Manuel Tavares, encontra-se em Brasília. Ele disse que está monitorando a ocupação dos índios e afirmou que, de acordo com as informações que recebeu por telefone, não há riscos de conflito no local.
Além dos povos Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Taurepang, a reserva Raposa Serra do Sol também abriga índios da etnia Patamona, numa área de 1,7 milhão de hectares. Ao todo, cerca de 15 mil índios das cinco etnias vivem no local. Há mais de 30 anos as comunidades indígenas reivindicam a homologação das terras. Segundo o CIR - Conselho Indígena de Roraima, do total que índios que vivem na reserva, cerca de 12,3 mil, ou mais de 80% deles defendem a homologação em terras contínuas. Antes de tomar a decisão sobre a homologação da reserva, o presidente Lula aguarda o julgamento, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, do pedido da AGU - Advocacia Geral da União para suspender a liminar de um juiz federal de Roraima contrário à demarcação contínua. Para os índios que ocuparam a sede da Funai, a homologação nestes termos vai impedir o desenvolvimento da região. — Também esperamos que seja homologada a Raposa Serra do Sol, mas que permaneçam dentro da área as terras produtivas e os comércios de não-índios. Alguns municípios são centros de comercialização para as próprias comunidades indígenas, que têm a oportunidade de vender ali seu artesanato e seus produtos agrícolas, observou o cacique Anísio Macuxi. (Agência Brasil)