Um grupo sem-terra que vivia à margem da BR-277, em Guarapuava (PR), transferiu na segunda-feira (10/05) 40 barracos para uma área de preservação ambiental destinada à proteção dos rios que abastecem o município. Os cerca de cem acampados instalaram-se perto de uma igreja, em frente a uma fazenda recentemente ofertada pela Família Curi ao Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. A Polícia Militar percorreu o local para impedir que o acampamento fosse instalado na área particular. O MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra pretende enviar lideranças regionais ao local para orientar os acampados. Outros dois acampamentos estão instalados na mesma região, em áreas que somam cerca de 3 mil hectares. Os próprios sem-terra teriam decidido mudar para a área de preservação sem consultar as lideranças. A prefeitura de Guarapuava e um grupo de entidades locais fazem campanha contra a criação de assentamentos na região, alegando que a ampliação das áreas agrícolas vai prejudicar o manancial de água. O chefe regional do IAP, Jairo Macedo, tenta mobilizar as autoridades do setor para a retirada do acampamento de dentro da área de preservação. Ele diz acreditar que será necessário tomar medidas legais contra a ocupação, mesmo que os sem-terra permaneçam no pátio da igreja. Os acampados alegam ter saído da margem da BR-277 por causa do risco de acidentes. (Gazeta do Povo/PR)