— Os índios que votaram no Lula estao cobrando as promessas da campanha, e alguns políticos oportunistas estao aproveitando a agitacao para barganhar concessoes de interesse particular. É assim que a coordenadora da Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ) no Brasil, Carola Kasburg vê a polêmica envolvendo a demarcacao das terras indígenas que recentemente eclodiu no Brasil. Como representante de uma das mais importantes instituicoes de intercâmbio internacional do mundo, atuando no Brasil nas áreas de energia renovável, combate à pobreza e preservacao da floresta tropical, Carola diz que na prática o governo Lula ainda nao mostrou a que veio. — As invasoes em terras indígenas sao constantes e massivas. Nao há regulamentacao alguma das atividades lá realizadas, como garimpos e madeireiras. Os índios se sentem desrespeitados e a Funai ainda tem um papel bastante obscuro nessa questao, parece que sem voz ativa ou apenas como cortina de fumaca, diz ela. Segundo a coordenadora da GTZ no Brasil o que ocorre na verdade é uma polarizacao dessa discussao, que nao contribui para o encaminhamento de solucoes.