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2004-05-10
Além da fonte da Nestlé em São Lourenço (MG), existe produção de água purificada adicionada de sais em outros três lugares no país: Brasília, Recife (PE) e Ribeirão Preto (SP), segundo a Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais). Em todos esses outros casos, a responsável pelas bebidas é a Coca-Cola, mas o processo de produção é diferente. Em vez de extrair água mineral do subsolo, a matéria-prima é retirada da rede de abastecimento público em Brasília e Recife e de um poço comum no interior paulista. O presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia, diz que a entidade foi contra a resolução que aprovou o produto, mas por restrições econômicas, não ambientais. — A retirada do ferro não causa, a priori, nenhum dano ao ambiente. Sobre as denúncias de superexploração, não é possível tirar nenhuma conclusão sem um estudo hidrogeológico detalhado. Incomoda mais o que ele considera uma competição desleal com as multinacionais que dominam o mercado internacional de água engarrafada, com 16,5% (Nestlé) e 14,2% (Coca-Cola) dos negócios e um faturamento anual superior a US$ 4 bilhões cada uma - valor que é dez vezes os US$ 400 milhões que o setor de águas minerais movimenta por ano no Brasil. A produção da água adicionada de sais custa até 30% menos que a de água mineral, diz Lancia, principalmente porque não há custos ambientais. Para extrair água mineral, é preciso preservar um raio em torno do poço a fim de garantir qualidade e pureza. Além disso, afirma, desmineralizar água é um desperdício da vantagem competitiva do Brasil. Sexto produtor mundial de água engarrafada, o país deveria se beneficiar do diferencial que são as propriedades terapêuticas das águas minerais, e não aderir à água adicionada de sais, que pode ser fabricada em qualquer lugar. A concessão de lavras de exploração de água mineral, assim como a sua fiscalização, cabem ao DNPM, mas o próprio órgão admite falta de pessoal para controlar o setor. A expectativa é que uma contratação, até o início de 2005, reduza o déficit, cujo tamanho não foi especificado. Enquanto isso, o número de pedidos de autorização para pesquisa de lavras não pára de crescer. Passou de 124 em 1990 para 1.114 em 2002. Até setembro de 2003, foram feitas 663 solicitações. O Sudeste, especificamente São Paulo e Minas Gerais, concentra a produção, seguido pelo Nordeste. Em 2002 (dado mais recente), foram extraídos 4,7 bilhões de litros de água mineral no país. O consumo no ano foi de 27 litros per capita. (FSP online, 09/05)

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