EMPRESÁRIO SUGERE BIOREMEDIAÇÃO PARA ATERRO EM LONDRINA
2004-05-10
A implantação de um novo aterro sanitário em Londrina vem sendo tratada como prioridade pela administração municipal. O atual, localizado às margens da Estrada do Limoeiro (Zona Leste), está com sua vida útil praticamente esgotada. Três áreas foram escolhidas e estão sendo analisadas. O problema é que os moradores não querem o aterro perto de suas casas. Uma alternativa foi apresentada, ontem, na Câmara de Vereadores, pelo doutor em Saneamento e consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), Luiz Mário Queiroz Lima. Segundo ele, a utilização da biotecnologia pode resolver o problema da vida útil do aterro, sem a necessidade de implantar um novo. Trata-se de um processo de aceleração da decomposição dos resíduos sólidos obtida através da inserção de bactérias no chorume, que é reciclado na célula (vala) do aterro sanitário. O processo possibilita a reutilização da célula prolongando a vida útil do aterro sanitário. O consultor completou que, para implementação desse sistema, o aterro passaria por uma transformação, com tempo médio de seis meses a um ano para ser concluída. Sobre os custos, ele frisou que o tratamento de uma tonelada nesse sistema ficaria entre R$ 20 e R$ 30. —Não haverá aumento de custo em relação ao que é gasto hoje, esclareceu Lima, que é presidente de uma empresa de biotecnologia. Lima explicou que o processo, implementado em vários países da Europa e América do Norte, transforma o problema do lixo numa fonte inesgotável de renda. Ele ressaltou que a biorremediação quando aplicada ao tratamento de resíduos, permite, além da eliminação de substâncias tóxicas, a produção de insumos utilizados, entre outros, no cultivo de flores. Conforme ele, o Brasil detém apenas 5% da produção mundial de flores. — Em Londrina, poderiam ser gerados 500 empregos diretos e 2,5 mil indiretos, observou. O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, vereador Maurício Barros (PT), se comprometeu a apresentar a técnica à administração municipal. O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Wilson Sella, informou que tem interesse em conhecer a técnica. — Toda tecnologia que se coloca viável para resolver o problema do lixo nos interessa, disse. (Folha de Londrina)