USINA DE COMPOSTAGEM DA VILA LEOPOLDINA SERÁ DESATIVADA
2004-05-10
O secretário estadual do Meio Ambiente, José Goldemberg, anunciou quinta-feira (06/05) que a Usina de Compostagem da Vila Leopoldina - a única na cidade preparada para reciclar o lixo urbano - será desativada em 6 a 10 meses. A decisão foi tomada depois que a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cesteb) emitiu, há dez dias, um laudo técnico pedindo o fechamento imediato da usina, já que o processamento do lixo no local estava causando a proliferação de pragas, produzindo mau cheiro e trazendo inúmeros transtornos aos moradores vizinhos. A interdição só não ocorrerá prontamente, segundo o secretário, porque a responsável pela usina, a Prefeitura, não teria tempo suficiente para traçar uma estratégia para substituir o local de destinação do lixo. — Não queremos simplesmente transferir o problema para outras comunidades. Até porque já fiz um acordo com o secretário de Serviços e Obras da Prefeitura, Osvaldo Misso, que se comprometeu a entregar, até quarta-feira (12/05), um plano completo para a desativação, explicou. Depois de recolhido pelos caminhões que da coleta seletiva, o lixo levado para Vila Leopoldina atravessa um processo em que os dejetos sólidos - plástico e metais - são separados dos orgânicos - como restos de frutas e verduras. Estes últimos (pré-composto) são vendidos como adubo por R$ 1,5 a tonelada para agricultores. No entanto, parecer técnico concluído em 2002 e assinado por pesquisadores de entidades públicas como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) atesta que o pré-composto produzido na Vila Leopoldina está contaminado. — Cerca de 20% das amostras retiradas estavam com teor de chumbo acima do que recomendamos. Achamos que o material não é adequado para o uso imediato na agricultura, disse o pesquisador da Embrapa Fábio Silva. O agriculor Manoel dos Santos, de Arujá, costuma usar o pré-composto da Usina de Vila Leopoldina em sua plantação de hortaliças. — Todo dia eu encontro lixo hospitalar, tipo agulhas e seringas, no adubo que uso na lavoura, declarou ele. (OESP online, 09/05)