A área de plantações transgênicas em 18 países chegou a 67,7 milhões de hectares em 2003. Nas últimas décadas, os cientistas desenvolveram técnicas que permitem alterar o material genético e até transferir genes de uma espécie para outra. A modificação de bactérias, animais e plantas com essas novas técnicas, superando as barreiras naturais, vem gerando muita polêmica. A controvérsia provocada pelas novas técnicas da biotecnologia, em especial o uso de organismos transgênicos ou de organismos geneticamente modificados (OGMs), deve ser considerada uma mudança na percepção pública sobre a ciência e sobre as conseqüências das suas aplicações tecnológicas. Ainda hoje, cerca de 17 anos após o primeiro teste em campo de uma planta transgênica, há opiniões conflitantes entre diversos segmentos da sociedade sobre as características básicas de um organismo desse tipo, especialmente os aspectos relativos a mudanças genéticas aleatórias, à transposição das barreiras entre espécies e aos impactos no ambiente e na saúde humana. Para evitar debates simplificados, distorcidos ou alegóricos, é fundamental definir claramente conceitos e nomenclaturas e, ainda, explicitar de forma simples e objetiva informações sobre as técnicas usadas para a obtenção de organismos transgênicos. Dessa forma, o número 203 de Ciência Hoje conceitua biotecnologia, explica historicamente sua evolução e apresenta técnicas de transformação genética de bactérias, animais e plantas. (Ciência Hoje 203)