TERRORISMO BIO-QUIMICO PREOCUPA AUTORIDADES MUNDIAIS
2004-05-05
O integrante do grupo terrorista AlQaeda Menad Benchellali, 29 anos, ficou conhecido entre os amigos árabes como o químico por causa de suas habilidades especiais, adquiridas nos campos de treinamento do Afeganistão. Quando ele retornou para seu país de origem, a França, em 2001, segundo investigadores, instalou um laboratório no quarto de seus pais e começou a fabricar ricina, um dos mais letais venenos entre as substâncias biologicamente perigosas conhecidas, que pode ser produzido a partir de nozes de castores. Trabalhando à noite com as janelas abertas para dissipar os fumos do processo de produção, ele misturou ingredientes num filtrador de café e colocou colheradas da mistura para secar sobre folhas de jornais antigos. O produto final foi um pó branco que Benchellali armazenou em pequenos frascos e velhos potes de creme Nívea (usado para tratar a pele). Este conteúdo, mais tarde, ele utilizaria em eventos da chamada jihad (guerra santa). O problema é que hoje não se sabe quantos potes de ricina Benchellali pode ter produzido, nem onde está esse conteúdo. Governos de diversos países da União Européia temem que a ricina possivelmente restante possa ser utilizada em ataques terroristas. No ano passado, investigadores encontraram frascos similares aos de Benchellali em posse de norte-africanos na Grã-Bretanha. Outros dois venenos que preocupam as autoridades são a toxina botulínica e substâncias químicas industriais como cianeto de potássio e tetraóxido de ósmio, encontrados em posse de suspeitos de terrorismo em abril. (Washington Post)