INGLATERRA ESTUDA FLEXIBILIZAR EMISSOES APESAR DE ALERTA
2004-05-04
A Antártida será provavelmente o único lugar habitável do continente até o final deste século se o aquecimento global permanecer não verificado, informou, na semana passada, o cientista chefe do governo britânico, professor David King. Segundo ele, a Terra entrou no primeiro período quente após 60 milhões de anos, quando não havia gelo no planeta e o resto do globo não podia comportar vida humana. O alarme – um dos mais contundentes deixado por um eminente cientista – vem ao mesmo tempo em que ministros decidirão, na semana que vem, até que ponto podem enfraquecer medidas para cortar a poluição que causa a mudança climática, mesmo que o primeiro-ministo Tony Blair tenha descrito a situação como muito crítica. Blair, que estava lançando novas alianças de negócios do governo com o setor privado, disse que ele não poderia pensar numa questão de tão longo termo possa fazer face à comunidade mundial. No entanto, o governo britânico está considerando o relaxamento dos limites de emissão por parte de indústrias sob o esquema de leis ambientais da União Européia. O cientista David King disse que os níveis de dióxido de carbono na atmosfera, o principal causador do efeito-estufa, já estão 50% maiores do que nos 420 mil anos passados. Segundo ele, se nada for feito, já em 2100 a humanidade chegará à situação em que a Antártida será o único local da Terra para se viver. (The Independent)