Mais do que um obstáculo, a conservação dos ecossistemas é a base para o desenvolvimento e traz vantagens econômicas. Esta tese foi defendida na reunião da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU, em Nova Iorque (CDS 12), na semana passada. Para prová-la, peritos japoneses e suíços falaram de projetos que conseguiram evitar elevados custos, especialmente na gestão de recursos hídricos. —Tiramos lições dos erros que cometemos no passado. Na Suíça, as nossas águas ainda sofrem de poluição das antigas lixeiras, cuja limpeza implicou enormes custos econômicos. Uma delas chegou a custar-nos US$ 600 milhões (502 milhões de euros), disse Beat Nobs, da Agência suíça do Ambiente, Florestas e Paisagem. —Os lucros a curto prazo da desflorestação maciça na Suíça do século XIX foram ultrapassados pelas perdas a longo prazo motivadas pela erosão, inundações e deslizes de terras que daí resultaram. Agora, sabemos que investir um pouco na natureza hoje pode poupar muito dinheiro amanhã, comentou Nobs. —O Waterworks Resources Preservation Fund, da cidade Toyota, cobra um iene para cada tonelada de água utilizada e reinveste US$ 3,3 milhões (2,7 milhões de euros) por ano para preservar as florestas das bacias hidrográficas. Assim, garantimos reservas hídricas para o futuro, contou o pesquisador Sishima, do Ministério do Ambiente japonês. (Ecosfera)