TECNOLOGIA, REPRESENTAÇÕES CAMPONESAS E POLÍTICA PÚBLICA NO DESCOMPASSO AMBIENTAL - UM ESTUDO DE CASO NO PROJETO DE ASSENTAMENTO SANTA HELENA - MA
2004-05-03
RESUMO: Diante da crise ecológica que hoje se instala no mundo, vários são os estudos que surgem no sentido de entender as formas de uso e conservação que o homem utiliza ao apropriar-se de ecossistemas e seus recursos. No entanto, essa complexa relação não deve ser vista considerando apenas aspectos da dimensão funcional do agroecossistemas, mas deve ser pensada e apreendida a partir de elementos que compõem o repertório sócio-cultural do ator social que exerce a ação. Partindo-se então deste olhar, o presente trabalho analisa a relação dos agricultores no processo de apropriação de ecossistemas naturais, e os impactos causados pelo regime de rotação de terras baseado na derruba e queima da vegetação. O estudo tem como foco o Projeto de Assentamento Santa Helena (localizado na microrregião Gurupi - MA), e pesquisa aplicada nas comunidades São Sebastião, Santa Rita e São Jorge, utilizando-se do método qualitativo e da Etnoecologia como referencial teórico-metodológico, buscando assim a conexão do conhecimento ecológico do camponês e suas atitudes práticas. Nesta perspectiva, percebeu-se que, no contexto do Projeto de Assentamento Santa Helena, os camponeses, apesar de detentores de um conhecimento sobre as inter-relações ecológicas, praticam ações consideradas inadequadas que promovem impactos na dinâmica do meio físico, afetando assim a possibilidade de continuarem assentados. Entretanto, certas atitudes se fazem pela necessidade de sobrevivência frente a um ambiente politicamente desfavorável para o desenvolvimento e sustentabilidade da agricultura de subsistência.
Instituição: Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina.
Autora: Laurilene Alencar.
Contato: Mestrado em Agroecossistemas. (48) 331 9611.