CRIANÇAS E IDOSOS SÃO TEMA DE CONGRESSO DE SAÚDE AMBIENTAL
2004-04-30
As palestras que fizeram parte das quatro mesas redondas que aconteceram durante o segundo dia do I Congresso Interamericano de Saúde Ambiental (28/04), que se deu em Porto Alegre, no Centro de Eventos do Plaza São Rafael, teve como tema Exposição Ambiental e os Efeitos dos Contaminantes nas Crianças e Idosos. Os palestrantes foram quatro: Mayra Ojeda (INHEM), vice-diretora do Instituto Nacional de Higiene, Epidemologia e Microbiologia (INHEM), abordando a saúde ambiental infantil e os fatores de risco à saúde; Irva Hertz Piciotto, dos EUA, falando sobre os poluentes químicos ambientais e saúde materno-infantil; Clarice Freitas (CVE/SP), proferindo sobre vigilância epidemológica na população exposta à poluição atmosférica e Luis Augusto Galvão (OPS/EUA), apresentando o Programa Regional da OPS para Saúde Ambiental.
O evento reuniu técnicos que colocaram em pauta a relação de crianças e idosos com o meio ambiente e seus agentes contaminantes. —As crianças são, de fato, a população mais vulnerável, disse Piciotto, ao se referir à susceptibilidade dos humanos aos fatores poluentes do meio que comprometem a saúde. —O fato de a infância ser um período de desenvolvimento do sistema nervoso, aliado com práticas como levar a mão à boca, por exemplo, são um dos motivos que fazem com que as exposições sejam ainda maiores durante esse período de formação, explicou Piciotto. O estudo dos úteros de mulheres em gestação expostos aos agentes intoxicantes de Hiroshima e Nagasaki que acabaram causando lesões no feto -como retardo mental- e, ainda, mortes fetais por anomalias congênitas, foi apresentado durante a palestra. Os efeitos dos pesticidas também fizeram parte do discurso. — Creio que seja necessário mais pesquisa, embora não seja fácil fazê-la, complementa. Outra questão que recebeu ênfase foi a intoxicação causada pelo chumbo. Segundo Piciotto, o caso é de uma epidemia silenciosa. —A criança não tem convulsões, nem ataques agudos de diarréias. Os sintomas são dificuldade de atenção, diminuição da capacidade criativa. Os pais acabam não levando a criança ao médico, informa. No término da palestra, ela alertou para a necessidade de vigilância do problema com o uso de dados ambientais.
Os PCB´s, apesar de terem diminuído e não serem tão preocupantes quanto há 30 anos, foram também um dos agentes contaminantes citados, juntamente com os PBDES que, ao contrário, vem aumentando cada vez mais. A poluição atmosférica, assunto também abordado no primeiro dia do congresso, entrou no discurso também de Luis Galvão, ao apresentar o Programa Regional da OPS para Saúde Ambiental. Uma das atividades do programa é o estudo de povoamento, analisando os efeitos da poluição na função respiratória da criança, controlando por variáveis individuais e medições meteorológicas e sazonais. —O Exame de sopro, realizado diariamente, é uma das ações que o Programa desenvolve nesse sentido, explica. A prática envolve o trabalho de um grupo de profissionais que monitoram o fluxo de ar exalado pela criança para verificar os níveis de produtos ali contidos. —Verificou-se alternância nas médias diárias dos níveis de poluição. O poluente que mais ultrapassou essa média foi o ozônio, completa. A poluição atmosférica, assunto também abordado no primeiro dia do congresso, entrou no discurso, assim como no de Luis Galvão, ao apresentar o Programa Regional da OPS para Saúde Ambiental. Uma das atividades do programa é o estudo de povoamento, analisando os efeitos da poluição na função respiratória da criança, controlando por variáveis individuais e medições metereológicas e sazonais. —O Exame de sopro, realizado diariamente, é uma das ações que o Programa desenvolve nesse sentido, explica. A prática envolve o trabalho de um grupo de profissionais que monitoram, no fluxo de ar exalado pela criança, os níveis de produtos ali contidos. —Verificou-se alternância nas médias diárias dos níveis de poluição. O poluente que mais ultrapassou essa média foi o ozônio, completa.
Clarice Freitas chamou atenção para o fato dos idosos estarem também suscetíveis às agressões e apresentou estudos que desenvolvem atividades de saúde ambiental, investigando crianças e idosos. Além disso, Freitas citou trabalhos com agrotóxicos que registraram casos de intoxicação aguda em São Paulo. — A questão da violência é um problema de saúde pública, ele não pode ser enfrentado apenas pela polícia, alertou. Freitas completou afirmando que o setor necessita de mobilização e sensibilização para investimento.