Os curtumes do Rio Grande do Sul geram 60 mil toneladas anuais de farelo e retalhos de couro, enquanto o total no Brasil chega a 110 mil toneladas e a produção mundial atinge 1 milhão e 200 mil toneladas. A importância da reciclagem destes resíduos foi defendida ontem (28/04), durante o Fórum Fepam Debate, pelos técnicos em couros Adroaldo Migliavacca e Etevaldo Zilli, da Grentan Reciclagens Industriais. Migliavacca afirmou que o desenvolvimento de uma consciência preservacionista e questões de natureza econômica farão com que, no futuro, os curtumes deixem de gerar resíduos não recicláveis. Ele analisou criticamente algumas experiências atuais, como uso em couro recuperado, fabricação de tijolos cerâmicos, papelão, caixas de ovos e até mesmo fibrocimento. Também foi questionada a possibilidade de reclassificação dos resíduos para uma categoria menos perigosa, uso agrícola, queima em baixa temperatura ou para produção de energia, bem como a situação dos aterros em vias de saturação. Segundo os palestrantes, a alternativa que está sendo levada aos curtumes gaúchos é um processo de reciclagem química, para o qual a empresa já conta com licenciamento ambiental da FEPAM e disponibilidade para tratamento de mil toneladas mensais.